domingo, 29 de janeiro de 2012

O matrimônio e a família no sufoco anticristão



O matrimônio e a família no sufoco anticristão

Quantos pais cristãos gemem hoje em dia sob a pressão maciça de nossa sociedade! Educação anti-autoritária ainda é "in", apesar de qualquer pessoa sóbria reconhecer que essa semeadura traz frutos assustadores. A reivindicação por "democracia" no casamento e na família está dentro das tendências da época, mas se encontra em oposição à ordem divina. Se o homem é o cabeça da mulher conforme 1 Coríntios 11.3, é lógico que ele é também o cabeça de toda a família. Mesmo que as feministas continuem cuspindo fel sobre o patriarcado e afirmem cada vez mais que o mesmo está definitivamente superado, isso nada muda na ordem divina, que é e continuará a ser um imperativo para nós, cristãos. Através de um estilo "democrático" de viver em família, a autoridade natural, que Deus deu ao homem, é ignorada. Mas ai do homem que abusa dessa autoridade e se aproveita de sua posição de liderança usando da força bruta! Um déspota desses, que procura elevar sua auto-estima com extravagâncias ditatoriais, que oprime sua esposa e seus filhos, esquece que o próprio Senhor é o cabeça da família!
Deus quer o melhor para nós; com Suas ordens Ele pensou em nosso bem! O patriarcado bíblico é uma instituição maravilhosa, pois pode ser uma fonte de alegria e de vida abundante. Mas Satanás soube muito bem como espalhar suas sementes venenosas bem dentro do paraíso que é a família – e o faz inclusive nas famílias cristãs. Cônjuges são separados uns dos outros pelas tendências da sociedade – pensemos apenas no alvoroço em torno da auto-realização. A educação dos filhos é solapada pelo que aprendem na rua ou na escola – quem não participa de tudo é um excluído. Mas não fiquemos inseguros, porém firmemo-nos em princípios bíblicos, mesmo que para isso tenhamos de nadar contra a correnteza. E como podemos fazê-lo? Resposta: "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos."
A atual pedagogia, alheia à existência de Deus, humanística e anti-autoritária, levou os jovens a uma postura desafiadora e rebelde contra toda e qualquer autoridade. E isto deve ser debitado na conta de nós, adultos, nós que negligenciamos os princípios de Deus. Se deixarmos as coisas tomarem seu prórpio rumo, dirigimo-nos ao ponto que é descrito por Isaías 3.4 da seguinte maneira: "Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles." O espírito de desrespeito, de chantagem, destruição e violência atinge mais e mais também os nossos filhos. E eles são, por sua vez, vítimas, por lhes faltarem os exemplos e os valores tão fundamentais para suas vidas. E isto representa uma clara acusação para nós, pais cristãos, pois exatamente nós é que deveríamos ser exemplos, segundo a vontade de Deus. Para uma educação no temor do Senhor é preciso ensinar aos filhos a auto-disciplina e não negligenciar o castigo. "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o discipilna" (Pv 13.24). Disciplina bíblica é muito difícil de ser praticada em nossos dias, mas realmente promete bons frutos no futuro!
O 6º capítulo de Deuteronômio nos revela de modo maravilhoso a pedagogia divina (lendo-o, você vai entender por quê). Transpondo para os dias de hoje, isso pode nos ensinar resumidamente o seguinte: quando seu filho lhe pergunta (e ele pode e deve perguntar!): "Pai, porque você quer que seja assim e não de outro jeito?", então responda-lhe: "Porque Deus quer assim." Com isso, seu filho não apenas terá respeito por você, mas aprenderá também o temor do Senhor. E é isto o que faz tanta falta hoje em dia! Pais: disciplina orientada pela Bíblia, disciplina que deve ser justa e sincera tem maravilhosas promessas e não faz com que as crianças se aborreçam da casa paterna. Mas como será possível, como cabeça da família, ao mesmo tempo exercer a auto-disciplina e manter a autoridade? Também aqui a resposta é: "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos."

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Surpreendido Pela Morte


Surpreendido Pela Morte

Markus Steiger
Para o jogador de futebol Marc-Vivien Foe (28 anos) da Seleção Nacional de Camarões, 26 de junho de 2003 era um dia especial em sua vida. Ele e seus companheiros iriam jogar contra a Colômbia a possibilidade de disputar a final da Copa das Confederações. Era também um dia especial para sua esposa e sua família, que esperavam ansiosos pelo jogo, num estádio superlotado. Naturalmente todos esperavam por uma vitória do seu time e um bom desempenho de Marc-Vivien. Ele se preparara intensivamente para o torneio e como todos os outros jogadores tratou de estar em excelente forma física.
O apito do juiz iniciou o jogo às 13:00h em Lyon, França. O time de Marc-Vivien jogava bem e aos nove minutos fez um gol que garantia sua colocação na final contra a França.
Então aconteceu o inesperado. Aos 28 minutos do segundo tempo, sem nenhum motivo aparente, Marc-Vivien caiu, no momento em que voltava para ajudar na marcação. Nenhum dos seus adversários o havia tocado, nem mesmo um dos jogadores da sua seleção. Com os olhos virados ele permanece estirado no chão! Chocados, os outros jogadores dão sinal ao departamento médico para fazer o atendimento. Ainda em campo foi atendido pelo médico do time colombiano, Hector Cruz, que tentou “reanimá-lo”. Depois disso, na beira do campo, outros médicos tentam, sem sucesso, por mais 40 minutos. Marc-Vivien não reagiu a nenhuma tentativa de reavivamento e morreu, ali, no gramado, diante dos espectadores e das câmeras de televisão.
Que tragédia dolorosa! Sua esposa e sua família são obrigadas a assistir tudo sem poder fazer nada! Da mesma forma que seus colegas, que nem puderam se alegrar pela vitória e até pensaram na possibilidade de desistir da final. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, lamentou: “A família futebolística está abalada por este trágico acontecimento”.

A Bíblia é muito clara em relação à morte. Em Hebreus 9.27 está escrito: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto, o juízo...”. Cada ser humano vai morrer algum dia. A morte é uma realidade com a qual somos confrontados diariamente através das notícias nos jornais e na televisão. A pergunta importante é: estamos preparados para a morte, e para o que vem depois? Assim como o jogador se prepara para o torneio, treinando diariamente, e cada um de nós se prepara para as exigências da vida; como tem sido em relação à morte?
Se achamos que com a morte tudo acaba, estamos enganados. Não é o “nada” que nos espera, ou uma vida em outra forma como muitas religiões e filosofias nos querem fazer acreditar. Não, o que nos espera é o julgamento, isto quer dizer, vamos ter que prestar contas na presença de Deus sobre como reagimos em relação ao Seu Filho nesta vida. Isto decidirá onde passaremos a eternidade: nos céus ou no inferno. E se não quisermos acreditar e não contamos com isso, seremos surpreendidos.
“Quando estiver velho, então me preocuparei com a vida depois da morte”, responde a maioria das pessoas quando perguntadas sobre isso. E Marc-Vivien? Vinte e oito anos é uma idade em que se conta com a morte? A morte o pegou de surpresa. Ele, sua família, seus colegas e o mundo inteiro, que assistiram boquiabertos pela televisão ou leram nos jornais. Nós também podemos ser pegos de surpresa. Antes de nossa morte teremos uma “última chance” de nos prepararmos? Ou nos acontecerá como ao jogador de futebol?
Em João 3.16-17 lemos: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”. Aqui vemos o grande amor de Deus por cada pessoa. Deus enviou Seu próprio filho, Jesus Cristo, a esta terra, com o propósito de salvar o mundo. Ele quer nos salvar da perdição eterna, que é a conseqüência da nossa natureza pecadora.
Se preparar para a morte significa colocar sua vida com Deus em ordem. Para isso existe somente um caminho: aceitar a salvação que Jesus Cristo oferece através de Sua morte na cruz – “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12). E em João 14.6 Jesus diz: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.Não deixe para mais tarde a sua decisão de onde você gostaria de passar a eternidade – com Ele na Glória ou longe dEle na perdição eterna. Dê este passo agora, hoje, e entregue sua vida para Ele. Ele lhe receberá com os braços abertos, lhe perdoará toda culpa e lhe dará vida eterna. Ele já lhe espera há tanto tempo!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Paz em meio a Tempestade



"...E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as cousas, quer sobre a terra, quer nos céus." (Colossenses 1.20)
O mundo todo se encontra em oposição a Israel porque foi lá que Deus fez a paz através do sangue de Jesus Cristo na cruz do Calvário. Ele é a nossa paz! Essa é, em última análise, a razão por que o mundo rejeita Israel e diz não ao Filho de Deus que veio e que voltará, e diz não à paz que vem de Deus. Pois Jesus não é apenas a nossa paz, Ele também é a luz do mundo. Paz sem luz não existe. Em Jesus Cristo se reúnem a Palavra, a luz e a paz. Ele é a Palavra que se fez carne. Ele é a luz. Ele é a nossa paz. "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos."
A Palavra nos ilumina e nos corrige, e é dessa maneira que conseguimos chegar à cruz do Calvário. É ali que, à luz da Palavra de Deus, através do sangue do Cordeiro, somos purificados de todos os nossos pecados, e assim a paz de Deus enche o nosso coração. Ao nosso redor, a tempestade continuará a rugir, mas em meio à fúria da tempestade podemos estar transbordantes da paz de Deus!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Boxeador multi campeão ouve a voz de Deus durante sonho e resolve mudar de vida



Após um sonho em que afirma ter ouvido a voz de Deus, o boxeador filipino Manny Pacquiao, campeão mundial por dez vezes em oito categorias diferentes, afirmou que se sentiu nocauteado e resolveu se converter.
Manny relata que o sonho foi bastante objetivo: “Eu estava em uma bela floresta, quando uma luz resplandecente me iluminou e ouvi uma voz que dizia estas palavras ‘Filho, porque estas longe de mim?’ e acordei em lágrimas”, afirmou o boxeador em entrevista ao jornal Religion em Libertad.
Convencido de que levava uma vida desregrada e que precisava urgentemente mudar de vida, Manny se apressou em buscar uma nova vida: “No passado Deus havia falado com o seu povo através de sonhos. Então, fiquei convencido que realmente havia chegado o tempo de mudar de vida. Eu não mudei apenas porque eu quis, mas porque Deus me amava. Ser cristão significa reconhecer Deus como seu salvador. Sem Cristo, não haveria nada”.
O sonho, em Novembro de 2010, ocorreu após uma luta contra o mexicano Juan Manuel Márquez. Manny ressaltou em entrevista à ABS-CBN News que hoje ele sabe que se morresse antes de se converter, não teria salvação: “Se eu tivesse morrido no ano passado ou ha dois anos e tenho certeza de que acabaria no inferno”.
Agora, Manny Pacquiao se prepara para a próxima luta, contra Floyd Mayweather. A data da luta ainda não está certa (poderá ser Maio ou Junho), mas desde já, o boxeador convertido afirma que está orando pelo seu oponente, que em 2011 foi condenado a 87 dias de prisão depois de ser acusado de tentar estuprar sua ex-namorada: “Eu tenho orado para que Floyd possa superar os obstáculos da vida neste momento. Eu gostaria de partilhar com ele algumas palavras de Deus”, afirmou Manny.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Fim do Mundo



O mundo vai acabar no dia 5 de maio de 2000?
No dia 5 de maio do ano 2000 acontecerá mais um raro espetáculo astronômico. Os planetas Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio ficarão aproximadamente no mesmo alinhamento em que estarão também o Sol, a Lua e a Terra. Esse raro alinhamento dos planetas já está provocando diversas especulações. Na imprensa sensacionalista aparecem "especialistas" afirmando que ele causará enormes catástrofes sobre a terra... Cientistas sérios, entretanto, informam que, na verdade, os planetas não ficarão completamente alinhados, havendo diferenças de até 30 graus entre eles...
Em anos anteriores já houve alinhamentos semelhantes, sem que tenham ocorrido as catástrofes previstas. Por outro lado, tem havido épocas sem alinhamentos planetários em que aconteceram terríveis terremotos e desastres naturais impressionantes.
Entretanto, a Bíblia dá indicações de que haverá um tempo em que "os poderes dos céus serão abalados" (Mt 24.29). Esses acontecimentos se darão no final da Tribulação, pouco antes da volta de Jesus Cristo. Por isso, não se deve esperá-los para o ano 2000, já que ainda não vivemos no período da Tribulação. Desse modo, o conselho do profeta Jeremias parece ser mais realista e digno de ser seguido: "Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis com os sinais dos céus, porque com eles os gentios se atemorizam" (Jr 10.2).[Topic]
Sem dúvida, esse comentário do boletim "Topic" está correto. Não temos motivo para dar demasiada atenção a certos sinais no céu ou mesmo para temer o fim do mundo. Pelo contrário, esperamos o Senhor Jesus Cristo para o arrebatamento da Sua Igreja. A seguir virá a Tribulação, e depois a volta do Senhor em grande poder e glória. A esse período é que estão relacionados os sinais nos céus, como lemos em Lucas 21.25: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas..." (Norbert Lieth)
Em primeiro lugar, é preciso considerar o contexto das passagens citadas. As palavras de Jesus em Mateus 24.29 são claras: "Logo em seguida à tribulação daqueles dias (Grande Tribulação), o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem (Segunda Vinda)..." Portanto, é essencial ter uma clara noção da cronologia dos eventos dos tempos finais, para não confundir sua seqüência. Naturalmente alguns acontecimentos atuais são como que precursores desses eventos e nos dão uma noção antecipada do que está por vir. Thomas Ice e Timothy Demy explicam no livro A Verdade Sobre os Sinais dos Tempos:
A profecia bíblica está relacionada com um período depois do Arrebatamento (o período de sete anos da Tribulação). Porém, isto não quer dizer que durante a atual era da Igreja, Deus não esteja preparando o mundo para esse período futuro – na verdade, Ele está. Mas isto não é "cumprimento" específico de profecia bíblica. Portanto, mesmo que a profecia não esteja se cumprindo na nossa época, isto não quer dizer que não podemos identificar "tendências gerais" na atual preparação para a Tribulação vindoura, principalmente porque ela acontecerá logo depois do Arrebatamento... o que Deus está fazendo profeticamente nos nossos dias é preparando o mundo ou "montando o cenário" para a hora em que Ele começará Seu plano relacionado a Israel, que envolverá o cumprimento dos sinais e dos tempos...
As reações e comentários sobre o eclipse ocorrido em 11 de agosto de 1999 mostram quanta confusão existe a respeito. Em primeiro lugar, é preciso destacar que as especulações são baseadas em "profecias" de Nostradamus e outros adivinhos – e não na Bíblia! Entretanto, induzido pela mídia sensacionalista, o público em geral não percebe isso e, quando os acontecimentos preditos não se concretizam, fica decepcionado e é levado a pensar que nenhuma profecia merece crédito. Desse modo, as profecias bíblicas acabam sendo ridicularizadas e desprezadas, justamente quando deveriam ser mais estudadas e levadas a sério.
No novo milênio essas especulações e confusões só tendem a aumentar. Por isso, agora temos uma excelente oportunidade de oferecer esclarecimentos e orientações bíblicas a muitas pessoas que têm dúvidas e perguntas a respeito das profecias. (Ingo Haake)

sábado, 21 de janeiro de 2012

4 princípios espirituais que poderão nos levar à vitoria


Quem não quer ser um cristão vitorioso e bem sucedido? Gostaria de deixar pelo menos 4 princípios espirituais que poderão levar você a  contemplar o agir de Deus. Que o Senhor te abençoe e te edifique através deste estudo em 2º Crônicas 20:1-30.
Os filhos de Moabe e os filhos de Amom, juntamente com alguns meunitas, declararam guerra contra o rei de Judá, Josafá, que consequentemente, ficou apavorado, amedrontado. Josafá, então, pôs-se a buscar ao Senhor (v. 3)Veja, neste texto, algumas atitudes que Josafá e todo o seu povo tiveram mediante um possível desastre que estava para  acontecer  na nação de Judá:
Josafá e sua nação jejuaram (V. 3): Sei que há situações em que alguns irmãos não podem jejuar, como por questões de saúde. Mas para você que pode e tem condições para isto, como está sua vida de jejum perante o Senhor? Grandes homens de Deus, como Moisés (Dt 9:18), Neemias (Ne 1:4) e o próprio Jesus (Mt 4:2) jejuaram. Certa vez, os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar o demônio de um jovem. Então, eles procuraram o Mestre querendo saber o motivo de tal frustração, no que Jesus respondeu: “esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum” (Mc 9:29). O jejum centrado em Deus traz resultados infalíveis. Você crê?
Judá se congregou para buscar ao Senhor (v. 4): Olha que lindo isso! Eles se congregaram, se ajuntaram. Houve uma união e comunhão. Há pessoas que já perderam este privilégio de se congregarem, de buscarem ajuda com demais irmãos. Amado, sozinho você não vai conseguir. Deus criou a igreja para você fazer parte dela. Se você está afastado ou vai à igreja por obrigação, ore ao Senhor. Ele pode transformar qualquer situação. O desejo de Deus é que você viva em comunhão e para isso é preciso haver uma frequência aos cultos com alegria. Deus criou o templo para nós irmos adorá-lo constantemente. Não despreze o que Deus criou e preparou para você e sua família. A nação de Judá se reuniu para juntos buscarem a solução em Deus.
Josafá orou na Casa do Senhor (V. 5-17): Oração é primordial em qualquer situação. Josafá abriu seu coração perante o Senhor e Deus lhe respondeu. O Espírito de Deus se manifestou através de Jaaziel, e Josafá e seu povo receberam de Deus estratégias eficazes para a batalha final. Deus é poderoso, meu irmão,e quando oramos algo pode acontecer. Jeremias 33:3 diz que se nós invocarmos a presença de Deus, Ele irá nos responder, e mais, irá nos anunciar coisas grandes e ocultas. Aleluia! O grande problema, é que às vezes somos negligentes quanto ao princípio da oração, principalmente em nossas casas. Muitos oram só nos momentos de intercessão nos cultos. Todo êxito espiritual começa com a prática da oração.
Eles cantaram, adoraram, e deram louvores ao Senhor (V. 18-22): É Interessante de se observar nesta passagem o agir de Deus em meio ao louvor e à adoração. A mesma manifestação de Deus ocorreu com Paulo e Silas, em Atos 16:25-26. Houve um mover de Deus em uma cela da prisão e um suicídio foi evitado e uma família inteira foi salva.  De acordo com a ministra autraliana de louvor de adoração do Hillsong, Darlene Joyce Zschech, a adoração extravagante ao Senhor traz resultados radicais. Amados, é tempo de deixarmos de ser expectadores e começarmos a ser mais adoradores, pois o Senhor está à procura daqueles que o adorem em espírito e em verdade.
Querido, que Deus te abençoe e te dê vitória em todas as áreas de sua vida. Porém, existe um preço a pagar. Jejue, congregue, ore e adore. Um forte abraço e até a próxima!!!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A verdade sobre a mentira!


A verdade sobre a mentira!

O ser humano é mentiroso por sua própria natureza. Já Adão e Eva, em Gênesis, se desentenderam por causa da mentira. Quando Adão comeu do fruto proibido, colocou a culpa na mulher. Quando Deus questionou a mulher, ela colocou a culpa na serpente. Na verdade, ambos mentiram, pois sabiam que a culpa era deles mesmos.
No Novo Testamento, em Atos, a farsa continua. Ananias e Safira vendem a sua propriedade e informam um valor menor ao sinédrio, a fim de que pagassem menos dízimos e impostos.
Hoje em dia, a mentira continua. É até mais fácil acreditar na mentira do que na verdade, já que ela é mais divulgada e aceita em todo o mundo.
E a mentira começa desde cedo, quando a criança recebe um presente que não gostou e a mãe o obriga a dizer que gostou. A mãe está ensinando o filho a mentir. Melhor mentir um pouquinho do que dizer a verdade e passar vergonha. A verdade dói, já sabemos. Mas a mentira, quando descoberta, machuca muito mais.
A mentira também acontece no dia-a-dia. Duas mulheres se encontram, depois de muito tempo, e uma diz para a outra: Nossa, como você está bonita, mais magra? E a outra diz: E você, como está bem vestida e sua pele bem corada! Quando as duas se deixam, logo pensam: Baranga! Que horror aquele vestido!

Essa é a verdade: Somos ensinados a mentir. E aprendemos. Estamos acostumados a mentir. E não nos importamos mais. No mundo dos negócios, a mentira é quase considerada como um talento, um sinal de inteligência. A mentira pode levar ao sucesso. Na verdade, bem na verdade mesmo, vc não está vencendo, está passando os outros para trás. E isso não é vencer, é permanecer parado.
Mentira acontece nas pequenas coisas, num falso sorriso, num falso perdão, numa falsa doação, num erro de troco a mais (sim, pois quando é a menos para nós logo queremos ser honestos e dizer: Olha, você errou no troco) e assim por diante. Quem mente nas pequenas coisas, mente nas grandes também.
E por falar nas grandes, estamos cansados já de nossos políticos. Mentem descaradamente para conseguir seus objetivos, concretizar os seus sonhos e encher os bolsos de dinheiro. Não são todos, é verdade. Lembro de "alguns" presidentes de senado: mentem debaixo do nosso próprio nariz... e quase achamos que fala a verdade. Já dizia o ditado: “A mentira muitas vezes dita vira verdade”. Não pode ser assim. A mentira jamais deve prevalecer em nossas mentes.
Há mentira de tudo, em tudo e por tudo. Mentira na terra, no ar, no céu. Mentira nos protestos. Mentira nas promessas. Mentira nos progressos. Mentira nos projetos. Mentira nas convicções. Mentira nas soluções. Mentira nos homens, nas mulheres, nas crianças, nos atos e nas coisas. Mentira no rosto, na voz, na postura, no gesto, na palavra, na escrita. Mentira nos partidos, nas coligações e nos blocos. Mentira nas instituições, mentira nas eleições. Mentira nas apurações. Mentira nas mensagens. Mentira nos relatórios. Mentira nos inquéritos. Mentira nos concursos. Mentira nas responsabilidades. A mentira tomou conta geral.
Quando dizemos: Você é um mentiroso, já ninguém mais se espanta. Agora, quando dizemos: "Olha, você foi muito direto”, as pessoas logo arregalam os olhos e surpreendem-se. Normal, hoje em dia, é ser mentiroso.
E não me venha com essa de meia mentira ou meia verdade. A mentira é como um buraco. Não existe meio buraco. Ou é um buraco ou não é.
Já dizia o ditado: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Mentira. Quem conta um conto, aumenta um ponto, uma vírgula, um parágrafo e ainda muda o título.
Por isso vos digo, a verdade não pertence ao ser humano. A verdade vem de Deus. Deus foi quem mandou Jesus Cristo para lhes comunicar: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Cristo é a verdadeira verdade. Quem está em Cristo é verdadeiro, quem o abandona, é um enganador, um falso e mentiroso.
Quem conta uma mentira está preso a ela. Tem que continuar a mentir, a mentir e a mentir para que a mentira passada não seja revelada. E se torna escravo de sua mentira. É aprisionado pelos seus próprios atos e por seus pensamentos e palavras. Quem liberta é Cristo, quem liberta é a verdade.
Isso, meus amigos, é a mais pura verdade.

A Biblia se Contradiz ? (Genesis)

uando os críticos da Bíblia perguntam: "Como você pode crer na Bíblia, estando ela crivada de erros?", o que você responde? Muitos cristãos arremessam isso direto para a fé; apegam-se tenazmente à sua crença, não importando quanto possa haver de evidência em contrário. Entretanto, isso não só contraria as Escrituras como também é uma insensatez.



A Bíblia declara: "Portai-vos com sabedoria... para saberdes como deveis responder a cada um" (Cl 4:5-6). Pedro instou aos crentes: "Santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor" (1 Pe 3:15-16). 


Gênesis



GÊNESIS 1:1 - Como o universo pode ter tido um "princípio", se a ciência moderna diz que a energia é eterna?

PROBLEMA: De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica: "a energia não pode ser criada, nem destruída". Sendo assim, então, o universo é eterno, já que ele é feito de energia, que é indestrutível. Entretanto, a Bíblia indica que o universo teve um "princípio" e que não existia antes de Deus o ter criado (Gn 1:1). Não é isto uma contradição entre a Bíblia e a ciência?
SOLUÇÃO: Há um conflito de opiniões aqui, mas na realidade não há contradição alguma. A evidência dos fatos indica que o universo não é eterno, mas que realmente teve um princípio, tal como a Bíblia diz. Algumas observações são relevantes para entendermos esta questão.
            Em primeiro lugar, a Primeira Lei da Termodinâmica, com freqüência, é incorretamente enunciada com a expressão: "a energia não pode ser criada". Entretanto, a ciência baseia-se na observação, e afirmações como esta - que diz que a energia não pode ser criada - não se baseiam na observação (como qualquer afirmação que use "pode" ou "não pode"), mas são afirmações dogmáticas. A Primeira Lei da Termodinâmica deveria ser corretamente enunciada da seguinte maneira: "[Até o ponto em que se pode observar] o total de energia presente no universo permanece constante". Ou seja, pelo que se sabe, a quantidade total de energia presente no universo não está diminuindo nem aumentando. Posto desta forma, a Primeira Lei não faz referência alguma quanto à origem da energia nem quanto ao tempo em que ela está presente no universo. Assim, ela não contradiz a declaração de Gênesis de que Deus criou o universo.
            Em segundo lugar, outra lei científica perfeitamente aceita é a Segunda Lei da Termodinâmica. Ela afirma que "o total da energia utilizável no universo está diminuindo". De acordo com esta lei, o universo está decaindo. Sua energia está sendo transformada em calor, que não éutilizável. Sendo assim, o universo não é eterno, porque, se o fosse, a sua energia utilizável já se teria esgotado há muito tempo. Ou, em outras palavras, se o universo está se desfazendo (tendo a sua energia degradada), então houve um tempo em que toda a energia foi feita. Se houvesse uma quantidade infinita de energia, ela não estaria decaindo no universo. Portanto, o universo teve um princípio, tal como Gênesis 1:1 diz.


GÊNESIS 1:1 - Como o autor de Gênesis podia saber o que aconteceu na criação, antes mesmo de ele haver sido criado?
PROBLEMA: A erudição tradicional cristã tem sustentado que os cinco primeiros livros da Bíblia foram escritos por Moisés. Os primeiros dois capítulos do livro de Gênesis descrevem os eventos da criação sob o enfoque de uma testemunha ocular. Entretanto, como poderia Moisés, ou qualquer outro ser humano, ter escrito esses capítulos, como observador desses fatos se ele não havia sido criado ainda?
SOLUÇÃO: É claro que houve uma testemunha ocular da criação - Deus, o Criador. Estes capítulos, obviamente, são um registro da criação, que foi especificamente relatada por Deus a Moisés, por meio de uma revelação especial. A tendência para se fazer perguntas tais como: "Como o cronista poderia saber que os minerais precederam as plantas o estas, os animais?", denuncia um preconceito contra o sobrenatural e uma recusa a considerar explicações alternativas, que não as propostas pela ciência naturalística.


GÊNESIS 1:14 - Como poderia haver luz antes de o sol ter sido criado?
PROBLEMA: O sol foi criado somente no quarto dia, contudo já havia luz no primeiro dia (1:3).
SOLUÇÃO: O sol não é a única fonte de luz no universo. Além disso, é possível que ele já existisse desde o primeiro dia, tendo somente aparecido ou se feito visível (com a dissipação da neblina) no quarto dia. Vemos luz num dia nublado, mesmo quando não nos é possível ver o sol.


GÊNESIS 1:26 - Por que a Bíblia usa o plural da primeira pessoa, quando Deus se refere a si mesmo?
PROBLEMA: Os eruditos cristãos e judeus afirmam que Deus é um só. Com efeito, a histórica confissão de fé de Israel é tirada de Deuteronômio 6:4, que diz: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Entretanto, se Deus é um só, por que este versículo em Gênesis traz o plural da primeira pessoa?
SOLUÇÃO: Têm sido dadas muitas explicações no decorrer da história. Alguns comentaristas dizem que esse foi meramente um caso em que Deus estava se referindo aos anjos, Mas isto é improvável, já que no versículo 26 ele diz: "Façamos o homem à nossa imagem" e que o versículo 27 esclarece: "criou Deus... o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou", não à imagem dos anjos.
            Outros têm declarado que o plural refere-se à Trindade. No NT (por exemplo, Jo 1:1) está claro que o Filho estava envolvido na criação dos céus e da terra. Gênesis 1:2 indica ainda que o Espírito Santo também estava envolvido no processo da criação. Entretanto, estudantes da gramática hebraica destacam que o plural é requerido simplesmente porque a palavra empregada no original para "Deus" é elohim, que é uma palavra no plural ("Também disse Deus [elohim, no plural]: 'Façamos [no plural] o homem à nossa [no plural] imagem' "). Conseqüentemente, argumentam eles, esta afirmativa não pode ser usada para provar a doutrina da Trindade.
            Ainda outros têm afirmado que o plural é empregado como uma figura de linguagem, chamada plural majestático. Com este emprego, Deus estaria falando a seu respeito de maneira a indicar que todo o seu poder e sabedoria majestáticos estariam envolvidos na criação do homem.
            Como foi observado, o uso do plural é feito em concordância com a palavra hebraica elohim (no plural), a qual é traduzida por "Deus". O fato de o substantivo "Deus" ser plural no hebraico não quer dizer que haja mais de um Deus, ou que seja uma referência a Deus como sendo um grupo de astronautas extraterrestres. Há um grande número de passagens no NT que se referem a Deus com o substantivo grego correspondente theos, que é uma palavra singular e também é traduzido como "Deus" (Mc 13:19; Jo 1:1; Ef 3:9; etc).
            O plural da palavra hebraica propicia um sentido mais abrangente, mais majestático ao nome de Deus. Convém observar, entretanto, que o NT ensina com clareza que Deus é uma Trindade (Mt 3:16-17; 2 Co 13:13; 1 Pe 1:2) e, embora a doutrina da Trindade não seja completamente desenvolvida no AT, ela é vislumbrada em muitas passagens (cf. SI 110:1; Is 63:7,9-10; Pv 30:4).


GÊNESIS 1:27 - Adão e Eva foram pessoas reais, ou apenas um mito?
PROBLEMA: Muitos eruditos modernos consideram os primeiros capítulos de Gênesis como um mito, e não os tomam como históricos. Mas a Bíblia parece apresentar Adão e Eva como pessoas reais, que tiveram filhos, dos quais todo o restante da humanidade proveio (cf. Gn 5:lss).
SOLUÇÃO: Há uma boa evidência para crermos que Adão e Eva tenham sido pessoas reais. Primeiro, Gênesis 1-2 apresenta-os como pessoas reais, e até mesmo narra os importantes acontecimentos de suas vidas (o que é histórico). Segundo, eles tiveram filhos que foram pessoas reais, que também tiveram filhos reais (Gn 4:1,25; 5:1ss),
            Terceiro, a mesma frase ("são estas as gerações de") usada para registrar dados históricos posteriores em Gênesis (6:9; 9:12; 10:1, 32; 11:10, 27; 17:7, 9) é empregada com respeito a Adão e Eva (Gn 5:1).
            Quarto, cronologias posteriores do AT colocam Adão no topo da lista (1 Cr 1:1).
            Quinto, o NT põe Adão no início da lista dos antecedentes de Jesus (Lc 3:38). Sexto, Jesus referiu-se a Adão e Eva como os primeiros "macho e fêmea", fazendo da união física deles a base do casamento (Mt 19:4). Sétimo, Romanos declara que a morte literalmente reinou no mundo trazida por um "Adão" literal (Rm 5:14). Oitavo, a comparação entre Adão (o "primeiro Adão") e Cristo (o "último Adão") em 1 Coríntios 15:45 manifesta que Adão é tomado literalmente como uma pessoa histórica. Nono, a declaração de Paulo de que "primeiro foi formado Adão, depois Eva" (1 Tm 2:13) revela que ele fala de uma pessoa real.
            Décimo, é lógico que teve de haver um primeiro casal real de seres humanos, macho e fêmea, pois, caso contrário, a raça humana não teria como começar a existir. A Bíblia chama a esse casal, que de fato existiu, de "Adão e Eva", e não há por que duvidar de sua real existência.


GÊNESIS 2:1 - Como o mundo pôde ser criado em seis dias?
PROBLEMA: A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias (Êx 20:11). Mas a ciência moderna declara que isso levou bilhões de anos. As duas posições não podem ser verdadeiras.
SOLUÇÃO: Há basicamente duas maneiras para superar esta dificuldade.
Primeiro, alguns eruditos argumentam que a ciência moderna não está certa. Insistem em dizer que o universo tem apenas alguns milhares de anos e que Deus criou todas as coisas em seis dias literais (6 dias de 24 horas, ou seja, 144 horas). Para sustentar esta posição, eles apresentam os seguintes pontos:

1.   Cada dia do Gênesis tem "tarde e manhã" (cf. Gn 1:5,8,19,23,31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia.
2.   Os dias foram numerados (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia etc), uma característica peculiar dos dias de 24 horas na Bíblia.
3.   Êxodo 20:11 compara os seis dias da criação com os seis dias de uma semana (literal) de trabalho de 144 horas.
4.   Há evidência científica que suporta uma idade jovem (de milhares de anos) para a Terra.
5.   Não haveria como a vida sobreviver milhões de anos do dia três (1; 11) ao dia quatro (1:14) sem lua.

            Outros eruditos da Bíblia afirmam que o universo pode ter bilhões de anos, sem que com isso se esteja sacrificando um entendimento literal de Gênesis 1 e 2. Argumentam que:

1.   Os dias de Gênesis 1 podem ter tido um período de tempo antes da contagem dos dias (antes de Gênesis 1:3), ou um intervalo de tempo entre os dias. Há intervalos em outras partes da Bíblia (como em Mateus 1:8, onde três gerações são omitidas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14).
2.   A mesma palavra hebraica para "dia" (yom) é empregada em Gênesis 1 e 2 como um período de tempo maior que 24 horas. Por exemplo, Gênesis 2:4 faz uso desta palavra no sentido do período total da criação de seis dias.
3.   Às vezes a Bíblia emprega a palavra "dia" para longos períodos de tempo: "Um dia é como mil anos" (2 Pe 3:8; cf. SI 90:4).
4.   Há alguns indícios em Gênesis 1 e 2 de que os dias poderiam ser períodos maiores que 24 horas:
            a)   No terceiro "dia" as árvores cresceram da semente à maturidade, e produziram semente        segundo a sua espécie (1:11-12). Esse processo normalmente leva meses ou anos.
            b)   No sexto "dia" Adão foi criado, foi dormir, deu nome a todos os (milhares de) animais,        procurou por companhia, foi dormir, e Eva foi criada de sua costela. Tudo isso parece exigir     um tempo bem maior que 24 horas.
            c)   A Bíblia diz que Deus "descansou" no sétimo dia (2:2), e que ele ainda está no seu    descanso da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma duração de milhares de       anos. Dessa forma, os outros dias bem que poderiam ter tido milhares de anos também.
5.   Êxodo 20:11 pode estar fazendo simplesmente uma comparação de unidade por unidade dos dias de Gênesis com uma semana de trabalho (de 144 horas), e não uma comparação minuto a minuto.
Conclusão: Não se demonstra contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e a ciência. Há apenas um conflito de interpretações. Ou os cientistas de hoje em sua maioria estão errados ao insistirem que o mundo tem bilhões de anos, ou então alguns dos intérpretes da Bíblia estãoequivocados ao insistirem em dizer que foram apenas 144 horas que durou a criação, ocorrida há alguns milhares de anos antes de Cristo, sem intervalos de tempo correspondentes a milhões de anos. Mas, em qualquer dos casos, não se trata de uma questão de inspiração das Escrituras, mas de sua interpretação (em relação a dados científicos).


GÊNESIS 2:4 - Por que neste capítulo usa-se a expressão "Senhor Deus" em lugar de "Deus", como no capítulo 1?
PROBLEMA: Muitos críticos insistem em dizer que Gênesis 2 certamente não foi escrito pela mesma pessoa que escreveu Gênesis 1, já que Gênesis 2 usa um nome diferente para Deus. Entretanto, os eruditos conservadores sempre asseveraram que foi Moisés quem escreveu Gênesis, e isso tanto por parte de estudiosos judeus como cristãos, por todos esses séculos. De fato, os cinco primeiros livros do AT são chamados de "Livro de Moisés" (2 Cr 25:4) ou "Lei de Moisés" (Lc 24:44), tanto por escritores do AT como do NT.
SOLUÇÃO: Foi Moisés quem de fato escreveu os cinco primeiros livros do AT (veja os comentários de Êxodo 24:4). O emprego de uma forma diferente para referir-se a Deus no segundo capítulo de Gênesis não prova que tenha sido um autor diferente quem o escreveu; isto simplesmente mostra que o mesmo autor tinha um propósito diferente (veja os comentários de Gênesis 2:19). No capítulo 1, Deus é o Criador, ao passo que no capítulo 2 ele é o Comunicador. Primeiro, o homem é visto em sua relação com o Criador (daí o uso de "Deus" ou elohim, o todo-poderoso). Em seguida, Deus é visto como aquele que faz alianças, e daí o emprego de "Senhor Deus", o Único que faz alianças com o homem. Deus é mencionado com diferentes nomes de forma a designar diferentes aspectos do seu relacionamento com o homem (veja Gn 15:1; Êx 6:3).


GÊNESIS 2:8 - O jardim do Éden foi um lugar real ou apenas um mito?
PROBLEMA: A Bíblia declara que "plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na banda do Oriente" (Gn 2:8), mas não há evidência arqueológica de que tal lugar tenha existido. Será apenas um mito?
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não seria de se esperar evidência arqueológica alguma, uma vez que não há indicação de que Adão e Eva tenham feito objetos de cerâmica ou construído edificações duradouras. Em segundo lugar, há uma evidência geográfica do Éden, já que dois dos rios mencionados ainda existem hoje - o Tigre (Hiddekel) e o Eufrates (Gn 2:14). Além disso, a Bíblia até mesmo os localiza na "Assíria" (v. 14), atual Iraque. Finalmente qualquer evidência que tenha havida do Jardim do Éden (Gn 2-3) foi provavelmente destruída por Deus por ocasião do dilúvio (Gn 6-9).


GÊNESIS 2:17 - Por que Adão não morreu no dia em que comeu do fruto proibido, como Deus dissera que aconteceria?
PROBLEMA: Deus disse a Adão, com respeito à árvore proibida: "no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:17). Mas depois que pecou, Adão viveu até a idade de 930 anos (Gn 5:5).
SOLUÇÃO: A palavra "dia" (yom) nem sempre significa um dia de 24 horas. "Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem" (SI 90:4; cf. 2 Pe 3:8). Assim realmente, Adão morreu dentro de um "dia", neste sentido. Ainda, Adão começou a morrer fisicamente no exato momento em que pecou (Rm 5:12), e ele morreu também espiritualmente naquele preciso instante em que pecou (Ef 2:1). Portanto Adão morreu de diversas formas, cumprindo assim o pronunciamento de Deus (em Gn 2:17).


GÊNESIS 2:19 - Como podemos explicar a diferença que há na seqüência dos atos da criação, em Gênesis 1 e 2?
PROBLEMA: Gênesis 1 declara que os animais foram criados antes do homem, mas Gênesis 2:19 parece reverter a ordem, ao dizer: "Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo..., trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria". Isso pode dar a entender que Adão tinha sido criado antes dos animais.
SOLUÇÃO: Gênesis 1 dá a seqüência dos eventos; Gênesis 2 fornece mais informações a respeito deles. O capítulo 2 não contradiz o capítulo 1, porque não afirma exatamente quando foi que Deus criou os animais. Simplesmente diz que ele trouxe os animais (que anteriormente criara) a Adão para que este lhes desse nome. O ponto principal no capítulo 2 é a ação de dar nome aos animais, não a de criá-los. Gênesis 1 delineia, de forma geral, os eventos, e o capítulo 2 nos fornece detalhes. Tomados juntos, os dois capítulos formam um quadro harmonioso e mais completo dos atos da criação. As diferenças, então, podem ser resumidas da seguinte maneira:

GÊNESIS 1
GÊNESIS 2
Ordem cronológica
Criação dos animais
Visão Geral
Detalhes
Ordem de tópicos
Nomeação dos animais


GÊNESIS 3:5 - O homem foi feito como Deus ou tornou-se como Deus?
PROBLEMA: Gênesis 1:27 diz que "criou Deus... o homem à sua imagem". Mas em Gênesis 3:22, Deus diz: "O homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal". O primeiro versículo dá a entender que o ser humano foi criado como Deus é, e o segundo parece afirmar que ele tornou-se igual a Deus.
SOLUÇÃO: Estas duas passagens estão abordando duas coisas diferentes. Gênesis 1 está falando de uma virtude humana por criação, ao passo que Gênesis 3 está se referindo ao que o homem obteve por aquisição. A primeira passagem refere-se a Adão e Eva antes da queda, e a segunda refere-se a eles depois da queda. A primeira tem que ver com a natureza deles e a segunda, com o seu estado. Pela criação Adão não era conhecedor do bem e do mal. Uma vez tendo pecado, porém, ele conheceu o bem e o mal. Quando essas diferenças são compreendidas, não há conflito algum.


GÊNESIS 3:8 - Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente?
PROBLEMA: A Bíblia diz que Deus está em todo lugar ao mesmo tempo, isto é, que ele é onipresente (Sl 139:7-10; Jr 23:23). Mas, já que Deus está em toda parte, então como Adão e Eva puderam esconder-se "da presença do Senhor Deus"?
SOLUÇÃO: Este versículo não está abordando a onipresença de Deus, mas está falando de uma visível manifestação dele (cf. v. 24). Deus está em toda parte em sua onipresença, mas ele se manifesta de tempos em tempos, em certos lugares e por certos meios, tais como uma sarça ardente (Êx 3), uma coluna de fogo (Êx 13:21), fumaça no templo (Is 6) e assim por diante. É nesse sentido restrito que alguém pode sair "da presença do Senhor Deus".


GÊNESIS 4:5 - Deus faz acepção de certas pessoas?
PROBLEMA: Nas Escrituras, Deus é apresentado como alguém para quem "não há acepção de pessoas" (Rm 2:11), e como quem "não faz acepção de pessoas" (Dt 10:17). Contudo, a Bíblia nos diz que "de Caim e de sua oferta [Deus] não se agradou" (Gn 4:5), o que parece uma contradição.
SOLUÇÃO: Antes de mais nada, Deus não faz acepção alguma de quem quer que seja, respeitando cada um pelo que é, por ser uma criatura feita à sua imagem e semelhança (Gn 1:27). Não fosse assim, ele estaria desrespeitando a si próprio. Quando a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas, ela quer dizer que ele não demonstra parcialidade alguma na aplicação da sua justiça. Como diz Deuteronômio 10, Deus "não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno" (v. 1.7). Em outras palavras, Deus é completamente justo e imparcial em seusprocedimentos.
            Entretanto, há um sentido em que Deus discrimina algumas pessoas, por causa de seus atos perversos. Ele não se agradou de Caim e de sua oferta (Gn 4:5) porque ela não foi oferecida com fé (Hb 11:4). A Bíblia fala ainda que Deus aborreceu Esaú (Ml 1:3) e odiou a obra dos nicolaítas (Ap 2:6), não por causa da pessoa ou das pessoas, mas por causa dos atos delas. Como João disse aos crentes de Éfeso, eles deveriam odiar "as obras dos nicolaítas"(Ap 2:6). Deus ama o pecador, mas odeia o pecado.


GÊNESIS 4:12-13 - Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo assassinato que cometeu?
PROBLEMA: No AT, os assassinos recebiam a pena capital pelo seu crime (Gn 9:6; Êx 21:12). Contudo, Caim não somente saiu livre, depois de matar seu irmão, como também foi protegido de qualquer vingança (Gn4:15).
SOLUÇÃO: Há várias razões pelas quais Caim não foi executado pelo seu crime capital. Primeiro, Deus não havia ainda estabelecido a pena de morte como instrumento do governo humano (cf. Rm 13:1-4). Somente depois de a violência ter enchido toda a terra, nos dias anteriores ao dilúvio, foi que Deus determinou: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem" (Gn 9:6).
            Segundo, quem seria o executor de Caim? Ele acabara de matar Abel. A essa altura, apenas Adão e Eva tinham restado. Certamente Deus não iria apelar aos pais para que matassem o filho remanescente. Em face disso, Deus, que é soberano sobre a vida e a morte, como somente ele é (Dt 32:39), pessoalmente comutou a pena de morte de Caim. Entretanto, ao agir assim, Deus demonstrou a gravidade do pecado de Caim e deu-nos a entender que ele era digno de morte, ao declarar: "A voz do sangue de teu irmão clama [por vingança] da terra a mim" (v. 10). Não obstante, até mesmo Caim parece ter reconhecido que ele era merecedor da morte, e pediu proteção a Deus (v. 14).
            Finalmente, a promessa de Deus para proteger Caim da vingança incluía a pena capital para quem quer que tomasse a vida dele (cf. v. 15). Dessa forma, o caso de Caim é uma exceção que prova a regra, e que de forma alguma vai de encontro à pena de morte, tal como estabelecida por Deus (veja os comentários de João 8:3-11).


GÊNESIS 4:17 Como foi que Caim conseguiu uma esposa?
PROBLEMA: Não havia mulheres com quem Caim se casasse. Havia apenas Adão, Eva (4:1) e seu irmão morto, Abel (4:8). Contudo, a Bíblia diz que Caim casou-se e teve filhos.
SOLUÇÃO: Caim casou-se com uma irmã (ou talvez com uma sobrinha). A Bíblia diz que Adão "teve filhos e filhas" (Gn 5:4). Com efeito, como Adão viveu 930 anos (Gn 5:5), ele teve muito tempo para ter muitos filhos e filhas! Caim pode ter se casado com uma de suas muitas irmãs ou, quem sabe, com uma sobrinha, se quando se casou seus irmãos e irmãs já tivessem filhas crescidas. Neste caso, obviamente, um de seus irmãos teria se casado com uma irmã.


GÊNESIS 4:17- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem cometer incesto?
PROBLEMA: Se Caim casou-se com uma irmã, isso é incesto, o que a Bíblia condena (Lv 18:6). Além disso, casamentos incestuosos com freqüência geram filhos geneticamente defeituosos.
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não havia imperfeições genéticas no começo da raça humana. Deus criou um homem (Adão) geneticamente perfeito (Gn 1:27). Os defeitos genéticos resultaram da queda e somente ocorreram com o passar de longos períodos de tempo.
            Em segundo lugar, nos dias de Caim não havia mandamento de Deus para que não se casassem com um parente próximo. Este mandamento (Lv 18) veio milhares de anos depois, nos dias de Moisés (cerca de 1500 a.C).
            Finalmente, já que a raça humana começou com um casal único (Adão e Eva), Caim não teria com quem se casar, a não ser com alguém de parentesco bem próximo, do sexo feminino (uma irmã ou sobrinha).


GÊNESIS 4:19 - A Bíblia aprova a poligamia?
(Veja os comentários de 1 Reis 11:1.)


GÊNESIS 4:26 - O culto a Deus começou aqui, ou foi antes?
PROBLEMA: De acordo com este versículo - "daí se começou a invocar o nome do Senhor" -, se depreende que, até os dias de Enos, filho do terceiro filho de Adão e Eva, Deus não era cultuado. Contudo, bem antes desse tampo o primeiro filho de Adão, Abel, trouxe um sacrifício ao Senhor, que foi aceito (Gn:4:3-4).
SOLUÇÃO: O significado de "invocar o nome do Senhor" (em Gn 4:26) não está muito claro. E o que não está muito claro não pode ser tomado para contradizer o que está claro, a saber, que Abel cultuou a Deus antes de Enos. É possível que "invocar o nome do Senhor" seja uma referência a um culto ao Senhor feito de forma regular, com maior solenidade, e, ou, um culto público, ou ainda uma referência à oração (cf. Rm 10:13), que não era praticada anteriormente.
            De qualquer forma, não há contradição alguma aqui, pois, antes desse tempo, não é dito que Abel ou algum outro "invocou o nome do Senhor" - qualquer que seja o significado dessa frase.


GÊNESIS 5:1ss - Como podemos conciliar esta cronologia (que vai até cerca de 4.000 anos a.C.) com a antropologia, que tem demonstrado que a humanidade é muito mais velha?
PROBLEMA: Se as idades mencionadas em Gênesis 5 e 10 foram somadas ao restante das datas do AT, o resultado será cerca de um pouco mais de 4.000 anos a.C. Mas os arqueólogos e antropólogos datam o homem de milhares de anos antes (pelo menos 10.000 anos).
SOLUÇÃO: Há uma boa evidência que sustenta a crença de que a humanidade tenha mais de 6.000 anos. Mas há também boas razões para se crer que há algumas lacunas nas genealogias de Gênesis. Primeiro, sabemos que há uma lacuna na genealogia do livro de Mateus, quando diz "Jorão, [gerou] a Uzias" (Mt 1:8). Mas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14, vemos que Mateus deixa fora três gerações (Acazias, Joás e Amazias), como segue:

Mateus
1 Crônicas
Jorão
Jorão
-
Acazias
-
Joás
-
Amazias
Uzias
Uzias (também chamado Azarias)


            Segundo, falta pelo menos uma geração na genealogia de Gênesis. Lucas 3:36 menciona "Cainã" entre Arfaxade e Sala, mas o nome Cainã não aparece nessa ordem no registro de Gênesis (veja Gn 10:22-24). É melhor vermos Gênesis 5 e 10 como genealogias adequadas, não como cronologias completas.
            Finalmente, pelo fato de se saber que há lacunas nas genealogias, não podemos determinar acuradamente a idade da raça humana simplesmente pela adição dos números de Gênesis 5 e 10.


GÊNESIS 5:5 - Como podia alguém viver mais de 900 anos?
PROBLEMA: "Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos" (Gn 5:5); Matusalém viveu "novecentos e sessenta e nove anos" (Gn 5:27); e a média da idade dos que tiveram uma vida normal foi superior a 900 anos. Contudo, a própria Bíblia reconhece que a maioria das pessoas chega até os 70 ou 80 anos, quando ocorre sua morte natural (Sl 90:10).
SOLUÇÃO: Antes de mais nada, a referência no Salmo 90 é ao tempo de Moisés (1400 a.C.) e ao tempo posterior, quando a longevidade tinha decrescido para 70 ou 80 anos para a maioria, embora o próprio Moisés tenha vivido 120 anos (Dt 34:7).
            Alguns sugerem que aqueles "anos" seriam realmente apenas meses, o que reduziria 900 anos ao período normal de vida de 80 anos. Entretanto, isso não é plausível por duas razões. A primeira é que não há precedente algum no AT que tome a palavra "ano" com o sentido de "mês". A segunda é que, como Maalaleel gerou um filho com a idade de 65 anos (Gn 5:15) e Cainã, aos 70 anos (Gn 5:12), isso significaria que eles estariam com menos de seis anos de idade ao terem filhos, o que é biologicamente impossível.
            Outros sugerem que esses nomes representam linhas de famílias ou clãs que se mantiveram por gerações antes de terminarem. Entretanto, isso não faz sentido, por vários motivos. Primeiro, alguns desses nomes (como por exemplo Adão, Sete, Enoque, Noé) são de indivíduos cujas vidas foram narradas no texto (Gênesis 1-9). Segundo, linhas familiares não "geram" linhas familiares com nomes diferentes. Terceiro, linhas familiares não "morrem", como aconteceu com cada um daqueles indivíduos (cf. 5:5,8,11 etc). Quarto, a referência a ter "filhos e filhas"(5:4) não é compatível com essa teoria de clãs.
            Conseqüentemente, tudo indica que o melhor é considerarmos serem anos mesmo (embora fossem anos lunares de 12x30=360 dias), e isso por diversas razões: (1) Antes de mais nada, posteriormente a vida foi reduzida a 120 anos como uma punição dada por Deus (Gn 6:3). (2) Depois do dilúvio, a duração da vida foi diminuindo gradativamente dos 900 anos (Gn 5) para os 600 (Sem: Gn 11:10-11), para os 400 (Sala: Gn 11:14-15), para os 200 (Reú: Gn 11:20-21). (3) Biologicamente, não há razão por que o homem não possa ter vivido centenas de anos. Os cientistas lutam muito mais para resolver o problema do envelhecimento e da morte do que o da longevidade. (4) A Bíblia não é a única a falar de centenas de anos como idade dos antigos. Há também registros do grego antigo e das eras egípcias que fazem menção a isso.


GÊNESIS 6:2 - Os "filhos de Deus" eram anjos que se casaram com mulheres?
PROBLEMA: A expressão "filhos de Deus" no AT é empregada exclusivamente referindo-se a anjos (Jó 1:6; 2:1; 38:7). Entretanto, o NT nos informa que os anjos "nem casam, nem se dão em casamento" (Mt 22:30). Além disso, se os anjos se casassem com seres humanos, os filhos deles seriam meio humanos, meio anjos. Mas os anjos não podem ser redimidos(Hb 2:14-16; 2 Pe 2:4; Jd 6).
SOLUÇÃO: Várias são as interpretações possíveis, no lugar de insistir em que anjos tenham coabitado com seres humanos.
            Alguns eruditos bíblicos crêem que a expressão "filhos de Deus" seja uma referência à linhagem piedosa de Sete (através da qual viria o redentor - Gn 4:26), que se entremeou com a linha ímpia de Caim. Eles alegam que: (a) isso se coaduna com o contexto imediato; (b) evita todo o problema decorrente da interpretação de que eram anjos; (c) está de acordo com o fato de que os seres humanos também são mencionados no AT como "filhos" de Deus (Is 43:6).
            Outros estudiosos acreditam que "filhos de Deus" seja uma referência a grandes homens, a "varões de renome na antigüidade". Apontam para o fato de que o texto refere-se a "gigantes" e "valentes" (v. 4). Ainda, isso evita o problema de os anjos (espíritos) coabitarem com seres humanos.
            Outros ainda combinam estas interpretações e especulam que os "filhos de Deus" eram anjos que "não guardaram o seu estado original" (Jd 6) e que na realidade possuíram seres humanos, levando-os a um cruzamento com "as filhas dos homens", produzindo assim uma raça superior, cuja semente foram os "gigantes" e os "varões de renome". Esta posição parece explicar todos os pontos, exceto o problema insuperável de os anjos, não tendo corpos (Hb 1:14) e sendo assexuados, coabitarem com seres humanos.


GÊNESIS 6:3 - Há aqui uma contradição com o que Moisés disse no Salmo 90, a respeito da duração da vida humana?
PROBLEMA: O texto de Gênesis 6:3 parece indicar que a longevidade humana após o dilúvio seria de, no máximo, "cento e vinte anos". Contudo, no Salmo 90, Moisés a considerou ser de 70 ou 80 anos, no máximo (v. 10).
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não é de todo certo que Gênesis 6:3 esteja se referindo à longevidade humana. Pode ser que esteja falando de quantos anos ainda faltavam até que o dilúvio ocorresse.
            Segundo, mesmo que de fato seja uma antevisão da duração da vida dos homens, isso não contradiz a posterior referência a 70 ou 80 anos, por duas razões: primeiro, o texto se refere a um período anterior, quando as pessoas ainda viviam mais tempo (o próprio Moisés viveu 120 anos, conforme Deuteronômio 34:7); segundo, os 70 ou 80 anos provavelmente não seriam um limite superior absoluto, mas simplesmente uma referência à média das idades das pessoas que morrem na velhice.


GÊNESIS 6:6 - Por que Deus estava insatisfeito com o que ele tinha feito?
PROBLEMA: Em Gênesis 1:31, Deus estava plenamente satisfeito com o que acabara de fazer, declarando que tudo "era muito bom". Mas, em Gênesis 6:6, ele declara que "se arrependeu... de ter feito o homem na terra". Como estas duas afirmativas podem ser verdadeiras?
SOLUÇÃO: Estes versículos se referem à humanidade em tempos diferentes e sob diferentes condições. O primeiro enfoca os seres humanos em seu estado original de criação. O segundo refere-se à humanidade depois da queda e logo antes do dilúvio. Deus se agradou com o que criou, mas não teve prazer algum com o que o pecado fez em sua perfeita criação.


GÊNESIS 6:14ss - Como é que na relativamente pequena arca de Noé couberam centenas de milhares de espécies?
PROBLEMA: A Bíblia diz que a arca de Noé tinha apenas 137 metros de comprimento, por 23 de largura e 14 de altura (Gn 6:15). Noé recebeu a instrução de colocar nela um casal de cada espécie de animal imundo e sete casais de animais puros (6:19; 7:2). Mas os cientistas nos informam de que há de meio bilhão a um bilhão ou mais de espécies de animais.
SOLUÇÃO: Primeiro, o conceito moderno de "espécie" não é o mesmo da Bíblia. No sentido bíblico, provavelmente sejam apenas algumas centenas de "espécies" diferentes de animais terrestres que teriam de ser levados para a arca. Os animais marinhos permaneceram no mar, e muitas outras espécies poderiam sobreviver na forma de ovos.
            Segundo, a arca não era assim tão pequena; ela tinha uma enorme estrutura - a dimensão de um moderno transatlântico. Além disso, ela tinha três andares (6:16), o que triplicava seu espaço a um total de 425.000 metros cúbicos!
            Terceiro, Noé pode ter levado filhotes ou variedades menores de alguns dos animais de maior porte. Levando em conta todos esses fatores, havia espaço suficiente para todos os animais, para o alimento para a viagem e para os oito seres humanos a bordo.


GÊNESIS 6:14ss - Como é que uma arca feita de madeira poderia resistir a um dilúvio tão violento?
PROBLEMA: A arca tinha sido construída apenas de madeira, e levava uma pesada carga. Um dilúvio de âmbito mundial produz violentas correntezas, que teriam quebrado a arca totalmente (cf. Gn 7:4,11).
SOLUÇÃO: Primeiro, a arca foi feita de um material resistente e flexível (cipreste, cf. Gn 6:14), uma madeira que "cede" sem se rachar. Segundo, a carga penada foi um ponto positivo, por lhe dar certa estabilidade. Terceiro, os arquitetos navais informam-nos de que a forma construtiva da arca, semelhante a uma caixa comprida, é uma forma que dá estabilidade e resistência a águas turbulentas. Na verdade, os transatlânticos modernos seguem basicamente as mesmas dimensões da arca de Noé ou têm medidas proporcionais às dela.


GÊNESIS 7:24 - O dilúvio teve a duração de quarenta ou de cento e cinqüenta dias?
PROBLEMA: Segundo Gênesis 7:24 (e 8:3), as águas do dilúvio permaneceram durante 150 dias. Mas outros versículos nos dizem que foram apenas quarenta dias de dilúvio (Gn 7:4,12,17). Qual é o correto?
SOLUÇÃO: Estes números referem-se a coisas diferentes. Quarenta dias foi o tempo em que "houve copiosa chuva" (7:12), e 150 dias foi o tempo em que as águas do dilúvio "predominaram" (cf. 7:24).
            Ao fim dos 150 dias, "as águas iam-se escoando" (8:3). Não foi senão após o quinto mês depois do início da chuva que a arca repousou no monte Ararate (8:4). Então, onze meses depois do início das chuvas, as águas secaram-se (7:11; 8:13). E exatamente um ano e dez dias depois do início do dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e pisaram em solo seco (7:11; 8:14).


GÊNESIS 8:1 -Deus esqueceu-se temporariamente de Noé?
PROBLEMA: O fato de o texto dizer que "Lembrou-se Deus de Noé" parece implicar que o Senhor se esqueceu de Noé temporariamente. Contudo, a Bíblia declara que Deus sabe todas as coisas (SI 139:2-4; Jr 17:10; Hb 4:13) e que nunca se esquece de seus santos (Is 49:15). Como então pôde ele temporariamente esquecer-se de Noé?
SOLUÇÃO: Em sua onisciência, Deus sempre esteve consciente de que Noé estava na arca. Entretanto, depois de Noé ter permanecido nela por mais de um ano, como se tivesse sido esquecido, Deus deu um sinal de sua lembrança e fez com que Noé e sua família saíssem da arca. Mas, Deus nunca se esqueceu de Noé, já que o Senhor mesmo foi quem o notificou, no início, para salvar a si e à espécie humana (cf. Gn 6:8-13). Com freqüência, nós mesmos usamos uma expressão semelhante, quando dizemos que nos "lembramos" de alguém no seu dia de aniversário, mesmo que nunca tenhamos nos esquecido da existência de tal pessoa.



GÊNESIS 8:21 - Deus mudou de idéia quanto a nunca mais destruir o
mundo de novo? PROBLEMA: De acordo com este versículo, depois do dilúvio, Deus
prometeu:"... nem tomarei a ferir todo vivente, como fiz". Entretanto, Pedro prediz que haverá um dia em que "os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas" (2 Pe 3:10).
SOLUÇÃO: Depois do dilúvio, Deus somente prometeu nunca mais destruir o mundo da mesma maneira como Ele tinha feito (Gn 9:11), ou seja, com água. O arco-íris é um símbolo perpétuo dessa promessa. A segunda destruição do mundo será com fogo, e não com água. O que vai acontecer é que "os elementos se desfarão abrasados" (2 Pe 3:10). Mesmo assim, naquele dia Deus não vai destruir todos os seres viventes. Os homens serão salvos em seus corpos físicos ressurretos e imperecíveis (1 Co 15:42).


GÊNESIS 8:22 - Já que Deus prometeu sempre haver sementeira e ceifa, então por que houve tempos de fome?
PROBLEMA: Deus prometeu a Noé: "Enquanto durar a terra não deixará de haver sementeira e ceifa". Entretanto, há muitos tempos de fome, inclusive registrados na Bíblia, em que não houve ceifa (cf. Gn 26:1; 41:54).
SOLUÇÃO: O verbo "cessar" (do hebraico shabath) significa chegar a um fim, ser eliminado, acabar com uma coisa completamente. Esta passagem promete apenas que as estações não cessarão, não as colheitas. A referência é ao tempo da semeadura e ao tempo da colheita, não necessariamente a estes eventos. E as estações jamais foram interrompidas; elas têm o seu curso normal, desde que essa promessa foi feita a Noé. Ainda, a promessa de Deus não constitui uma garantia de que não haveria jamais interrupções temporárias. É apenas uma afirmativa de que haveria permanentemente os ciclos das estações do ano, até o final dos tempos.


GÊNESIS 9:3 - Deus ordenou que se comesse carne ou apenas vegetais?
PROBLEMA: Quando Deus criou Adão, o Senhor ordenou-lhe que comesse somente "todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente" (Gn 1:29). A carne, porém, não foi dada por Deus para se comer. Entretanto, quando Noé saiu da arca, Deus lhe disse: "Tudo o que se move, e vive, ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora" (Gn 9:3). Isso está em contradição com o mandamento anterior dado por Deus para não se comer carne.
SOLUÇÃO: Este é um bom exemplo da revelação progressiva de Deus, em que mandamentos anteriores são substituído! por posteriores. Em questões que não envolvem alteração em nenhum padrão moral intrínseco (que é baseado na natureza de Deus), o Senhor tem a liberdade de alterar os mandamentos que ele deu às suas criaturas, de forma a servir a seus propósitos gerais, dentro do processo da redenção. Por exemplo, podemos comparar isso com os pais que, numa fase da vida de seus filhos, deixam-nos comer com a mão, para mais tarde ensiná-los a usar uma colher. Posteriormente, ainda, eles instruem seus filhos a não mais usarem uma colher, mas sim um garfo. Não há contradição alguma nesse processo. É simplesmente uma questão de revelação progressiva, adaptada às circunstâncias e visando o objetivo final. É assim que Deus trabalha.
GÊNESIS 10:5 (cf. 20,31) - Por que este versículo dá a entender que a humanidade tinha muitas línguas, já que Gênesis 11:1 diz que havia uma única língua?
PROBLEMA: Os textos de Gênesis 10:5,20,31 parecem indicar que havia muitos dialetos, o que aparentemente está em conflito com Gênesis 11:1, que de forma bem clara diz que "em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar".
SOLUÇÃO: Estes textos referem-se a dois tempos diferentes. Anteriormente, enquanto estavam mantendo suas distinções tribais, os descendentes de Cam, Sem e Jafé, todos eles falavam a mesma língua. Posteriormente, com a torre de Babel (Gn 11), Deus puniu os homens pelo projeto com o qual se rebelavam contra ele, confundindo-lhes a fala. Como resultado, as tribos não mais conseguiam comunicar-se umas com as outras, embora possivelmente às subtribos e aos clãs tenha sido permitido uma linguagem compreensível, para que assim continuassem a se comunicar entre si.


GÊNESIS 11:5 - Como foi que Deus "desceu" do céu, uma vez que ele já estava aqui (como está em toda parte)?
PROBLEMA: Deus é onipresente, isto é, ele está em todo lugar ao mesmo tempo (SI 139:7-10). Gênesis 11:5 declara que Deus "desceu" para ver a cidade que os homens edificavam. Mas se ele já estava aqui, como é que ele "desceu" até aqui?
SOLUÇÃO: Deus "desceu" é uma teofania, que significa uma manifestação especial, e num determinado local, da presença de Deus. Estas teofanias ocorriam freqüentemente no AT. Certa vez, Deus apareceu a Abraão como homem (Gn 18:2). Deus também desceu para falar com Moisés (Êx 3), com Josué (Js 5:13-15) e com Gideão (Jz 6), de maneira semelhante.


GÊNESIS 11:28 - Como a família de Abraão poderia ser de Ur dos cal-deus, se em outra passagem é dito que seus ancestrais vieram de Harã?
PROBLEMA: Há um aparente conflito com respeito à verdadeira procedência de Abraão. Gênesis 11:28 diz que Abraão veio de Ur dos caldeus (que fica ao sul do, hoje, Iraque), mas Gênesis 29:4 afirma que ele é de Harã (ao norte do Iraque).
SOLUÇÃO: Esse conflito é facilmente resolvido. A família de Abraão originou-se em Ur, mas depois emigrou para Harã, quando Deus o chamou (Gn 11:31-12:1). Não é de se estranhar que Abraão considerasse Harã, onde vivera até os seus 75 anos, como a sua terra. Também, é muito natural que ele se refira aos filhos de seus dois irmãos mais velhos como parte de sua família.


GÊNESIS 11:32 - Abraão tinha 75 ou 135 anos de idade quando saiu de Harã?
PROBLEMA: Gênesis 11:26 afirma: "Viveu Terá setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor e a Harã". Em Atos 7:4, Estêvão afirma que Abraão saiu de Harã somente quando seu pai, Terá, morreu. Gênesis 11:32 diz que Terá morreu com 205 anos. Se Abraão nasceu quando Terá tinha 70 anos, e se ele foi para Canaã somente depois da morte de Terá aos seus 205 anos, então Abraão deveria ter 135 anos quando deixou Harã em viagem para Canaã. Entretanto, Gênesis 12:4 afirma: "Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã". Que idade então tinha Abraão quando ele saiu de Harã, 75 ou 135 anos?
SOLUÇÃO: Abraão tinha 75 anos quando partiu de Harã. Embora fosse usual listar os nomes dos filhos do mais velho para o mais novo, esta prática nem sempre era obedecida. Gênesis 11:26 não diz que Terá tinha 70 anos quando Abraão nasceu. Antes, afirma que Terá viveu até os seus 70 anos sem ter filho algum, e então teve três filhos: Abraão, Naor e Harã. Possivelmente Harã tenha sido o filho mais velho de Terá, o que parece indicado pelo fato de que ele foi o primeiro a morrer (Gn 11:28). Naor foi provavelmente o filho do meio e Abraão, o caçula. Abraão foi apresentado em primeiro lugar porque ele foi o filho mais importante de Terá. Como Abraão tinha 75 anos de idade quando partiu de Harã, isso quer dizer que Terá estava com 130 anos quando Abraão nasceu.


GÊNESIS 12:10-20; 20:1-18 - Por que Deus permitiu que Abraão prosperasse, mesmo tendo ele mentido?
PROBLEMA: A Bíblia nos exorta a não mentir (Êx 20:16); porém, mesmo depois de Abraão ter mentido com respeito a Sara, ele enriqueceu.
SOLUÇÃO: Primeiro, o enriquecimento de Abraão não deve ser visto como uma recompensa divina pela sua mentira. Podemos facilmente entender por que Faraó lhe deu presentes. Faraó pode ter se sentido obrigado a recompensá-lo pelo mau constrangimento que a sua corrupta sociedade impunha aos estrangeiros que visitavam o país.
            Além disso, Faraó deve ter sentido que deveria recompensá-lo por ter levado a mulher dele até o palácio, mesmo sem saber da sua real condição. É que o adultério era estritamente proibido pela religião egípcia.
            Ainda, Abraão pagou pelo seu pecado. Os anos de transtornos que se seguiram na vida de Abraão podem ter sido uma conseqüência direta de sua falta de fé no poder protetor de Deus.
Finalmente, embora alguns sejam reconhecidos como homens de Deus, eles são falíveis e responsáveis pelo seu próprio pecado (por exemplo, Davi e Bate-Seba - 2 Sm 12). Deus os abençoou apesar dos pecados deles, e não por causa dos seus pecados.


GÊNESIS 14 - O relato da vitória de Abraão sobre os reis da Mesopotâmia é históricamente aceitável?
PROBLEMA: Gênesis apresenta essa batalha como real e verdadeira. Mas, de acordo com a Hipótese Documentária do criticismo bíblico, essa história foi um acréscimo posterior, sendo totalmente fictícia.
SOLUÇÃO: Possuímos muito pouca informação sobre este período, fora do livro de Gênesis. Por isso, conquanto não tenhamos uma confirmação arqueológica direta, não há por que duvidar do evento narrado na Bíblia. Uma dúvida assim geralmente provém de um preconceito antibíblico.
            Além disso, há um suporte indireto para a validade deste relato. Um importante arqueólogo, W. F. Albright, observou que: "A despeito de nosso fracasso de até agora fixarmos o horizonte histórico do capítulo 14, podemos ter certeza de que o seu conteúdo é bem antigo. Há várias palavras e expressões não encontradas em parte alguma do restante da Bíblia e que agora são reconhecidas como pertencentes ao segundo milênio [a.C.]. Os nomes das cidades da Transjordânia também são considerados muito antigos"(Alleman e Flack, Olá Testament Commentary,Filadélfia: Fortress Press, 1954, p. 14). À luz disso, não há razão alguma para duvidar da autenticidade do relato bíblico sobre a batalha de Abraão com os reis da Mesopotâmia.


GÊNESIS 14:18-20 - Quem foi Melquisedeque?
PROBLEMA: Há algum debate sobre a natureza de Melquisedeque. Foi ele uma pessoa real, um ser fora do normal ou apenas uma personagem de ficção?
SOLUÇÃO: Com base em Hebreus 7, alguns têm interpretado Melquisedeque como tendo sido um anjo ou até mesmo como uma aparição de Cristo. Isso não é provável, já que o autor de Hebreus apresenta Melquisedeque como sendo um tipo de Cristo. Em Gênesis, Melquisedeque é apresentado de maneira usual e histórica. Ele encontra-se com Abraão e com ele conversa normalmente. Não há razão, seja arqueológica ou de qualquer outra origem, para que se questione quanto à personalidade histórica de Melquisedeque.

GÊNESIS 15:16 - O êxodo ocorreu na quarta ou na sexta geração?
PROBLEMA: A Bíblia fala que o êxodo aconteceria na "quarta geração" depois da descida de Jacó ao Egito (Gn 15:16). Entretanto, de acordo com as genealogias de 1 Crônicas 2:1-9 (e Mateus 1:3-4), o êxodo ocorreu realmente na sexta geração (2:1-11), a saber, Judá, Perez, Hezrom, Rão, Aminadabe, e Naassom.
SOLUÇÃO: A palavra "geração" em Gênesis 15:16 é definida como tendo o sentido de 100 anos, já que "a quarta geração"(v. 16) é empregada como se referindo a "quatrocentos anos" (v. 13). Dessa forma, Gênesis 15 está se referindo ao período de tempo, e 1 Crônicas está falandodo número de pessoas envolvidas naquele período.


GÊNESIS 15:17; cf. 19:23 - Por que a Bíblia emprega termos não científicos, tais como "posto o sol"?
PROBLEMA: Os cristãos evangélicos afirmam que a Bíblia é a inspirada e inerrante palavra de Deus. Entretanto, já que a Bíblia é inerrante em tudo o que afirma, inclusive com respeito a fatos históricos e científicos, por que então encontramos termos não científicos, tais como "posto o sol" ensaia o sol"?
SOLUÇÃO: A Bíblia não está afirmando que o sol realmente se ponha ou se levante. Não, ela simplesmente faz uso da linguagem sob o enfoque da observação, que ainda hoje empregamos. É usual em toda previsão meteorológica referir-se à hora do "pôr-do-sol" ou do "sol nascente". Dizer que a Bíblia não é "científica", ou que ela contém erros científicos, devido ao uso de tais expressões, é lançar mão de um argumento muito fraco. Isso teria de ser de igual forma atribuído a praticamente todo o mundo hoje, até mesmo a cientistas da atualidade, que empregam esse tipo de linguagem em conversas normais (veja os comentários de Josué 10:12-14).


GÊNESIS 19:8 - O pecado de Sodoma era o homossexualismo ou a inospitalidade?
PROBLEMA: Há quem argumente que o pecado de Sodoma e Gomorra tenha sido a inospitalidade, e não o homossexualismo. A base para isso é o costume cananeu que garante proteção a quem esteja sob o teto de alguém. É dito que Ló se referiu a esse costume quando disse: "nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto" (Gn 19:8). Assim, Ló ofereceu suas filhas para satisfazer àquela irada multidão, de forma a proteger as vidas dos visitantes que estavam sob o seu teto.
            Alguns ainda alegam que o pedido daqueles homens da cidade para "conhecer" (Gn 19:5) significa simplesmente "ser apresentado", sem nenhuma conotação sexual, porque a palavra hebraica correspondente ao verbo "conhecer" (yada) geralmente não tem conotação sexual (cf. SI 139:1).
SOLUÇÃO: Embora seja verdade que a palavra hebraica para "conhecer" (yada) não signifique necessariamente "ter relacionamento sexual", no contexto da passagem de Sodoma e Gomorra, ela obviamente tem este significado. Isso é evidente por várias razões. Primeiro, em dez de cada doze vezes que esta palavra aparece em Gênesis, ela se refere à relação sexual (cf. Gn 4:1,25).
            Segundo, o sentido da palavra "conhecer" é o do conhecimento sexual, neste mesmo capítulo. Pois Ló refere-se às suas duas filhas virgens dizendo "que ainda não conheceram homens" (Gn 19:8, SBTB), sendo este um óbvio emprego da palavra com o sentido sexual.
            Terceiro, o significado de uma palavra descobre-se pelo contexto em que ela aparece. E o contexto nesse caso é certamente o sexual, como indicado pela referência à perversidade daquela cidade (18:20), bem como por serem as virgens oferecidas para aplacar-lhes a lascívia (19:8). Quarto, "conhecer" não pode ter o sentido de simplesmente "ser apresentado a alguém", porque no caso houve uma referência a "não façais mal" (19:7). Quinto, por que oferecer as filhas virgens, se o intento deles não era sexual? Se os homens tivessem pedido para "conhecer" as filhas virgens de Ló, ninguém duvidaria das intenções lascivas deles.
            Sexto, Deus já tinha determinado destruir Sodoma e Gomorra, como Gênesis 18:16-33 indica, mesmo antes do incidente ocorrido em 19:8. Conseqüentemente, é muito mais razoável admitir que Deus havia pronunciado juízo sobre aquelas duas cidades pelos pecados que eles já vinham cometendo, isto é, por causa do homossexualismo, do que por um pecado que eles ainda não tinham cometido, a inospitalidade.


GÊNESIS 19:30-38 - A Bíblia condena o incesto?
PROBLEMA: O incesto é enfaticamente denunciado em muitas passagens bíblicas (cf. Lv 18:6; 20:17). De fato, o Senhor declarou: "Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe" (Dt 27:22). Contudo Ló cometeu incesto com suas duas filhas, do qual resultaram as nações de Moabe e Amom,
SOLUÇÃO: Não há dúvida alguma de que Ló pecou de diversas maneiras, para não dizer nada quanto à violação das leis do incesto que mais tarde Moisés deu como mandamentos a Israel. Ló embebedou-se e pecou com suas duas filhas. A alma reta dele tinha sido perturbada com os muitos pecados por sua longa permanência junto com o povo de Sodoma. Mas nenhum desses pecados recebe aprovação nesta passagem. De fato, a narrativa seca do episódio, sem nenhum comentário positivo do escritor, indica que não se pretendeu esconder o horror desses pecados. Eis aqui um bom exemplo do princípio de que nem tudo que a Bíblia narra ela aprova (veja a Introdução).


GÊNESIS 20:12 - Se o incesto é condenado, por que Abraão casou-se com sua irmã?
PROBLEMA: Abraão admitiu que Sara, sua mulher, era realmente sua "irmã" (cf. Gn 17:15-16). Contudo, o incesto é claramente denunciado como pecado em muitas passagens bíblicas (cf. Lv 18:6; 20:17). De fato, o Senhor declarou: "Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe" (Dt 27:22).
SOLUÇÃO: Abraão não estava isento de pecado, como revela a sua mentira ao rei Abimeleque com respeito a Sara (Gn 20:4-5). E de fato ele admitiu que Sara era filha de seu pai e não de sua mãe; e que ela veio a ser sua mulher (cf. Gn 20:12). Entretanto, mesmo assim, não há prova de que Abraão tivesse violado uma lei por ele conhecida, por duas razões. Primeiro, as leis do incesto somente foram dadas por Moisés 500 anos depois de Abraão. Portanto, certamente ele não poderia ser responsabilizado por leis que ainda não tinham sido promulgadas.
            Segundo, as palavras "irmã" e "irmão" têm um uso bem mais amplo na Bíblia, tal como acontece com os termos "pai" e "filho". Jesus, por exemplo, foi "filho" (i.e., descendente) de Davi (Mt 21:15). "Irmã" pode significar um parente próximo, mas não necessariamente indica o grau de proximidade que damos à palavra "irmã". Ló, sobrinho de Abraão, é chamado de "irmão" dele ["e tornou a trazer também a Ló, seu irmão..." (Gn 14:16, SBTB)]. De igual modo, "filha" pode significar "neta" ou "bisneta".
            Considerando a idade que Abraão alcançou em sua vida (175 anos, Gn 25:7), é possível que ele tenha se casado com uma neta de seu pai, ou com uma sobrinha, ou com uma sobrinha-neta. De qualquer forma, não há prova de que o casamento de Abraão com Sara tenha violado qualquer lei então existente contrária ao incesto. Mas, mesmo que isso tenha ocorrido, a Bíblia simplesmente nos fornece um registro verdadeiro do erro de Abraão. Quando Deus chamou Sara de "mulher" de Abraão (Gn 17:15), ele não estava legitimando nenhum suposto incesto, mas simplesmente afirmando um fato.


GÊNESIS 21:32,34 - A Bíblia colocou filisteus erroneamente na Palestina no tempo de Abraão?
PROBLEMA: A mais antiga alusão aos filisteus por fontes palestinas ou egípcias data do século XII a.C; contudo estes versículos colocam os filisteus nessa área cerca de 800 anos antes.
SOLUÇÃO: Esta não é a primeira vez que os críticos chegaram a falsas conclusões pela falta de conhecimento histórico desse período. Sodoma e Gomorra são exemplos de cidades que a Bíblia menciona e que eram consideradas não-históricas. Quando as tábuas de Ebla foram descobertas, a acusação de que aquelas cidades eram um mito foi então descartada. Aquelas tábuas continham referências às duas cidades.
            Pode ser apenas uma questão de tempo para que outras evidências semelhantes apareçam para confirmar o testemunho bíblico com respeito aos filisteus. Até que isso aconteça, podemos descansar seguros de que o registro bíblico é preciso neste caso, e tendo toda a confiança nas Escrituras, por causa de sua total exatidão em tudo que menciona. Além disso, o argumento dos críticos neste caso é o argumento tradicionalmente falacioso, que provém da ignorância. Simplesmente porque não temos evidências de fontes extrabíblicas quanto à existência dos filisteus em datas anteriores, não significa que eles não tenham existido. Isso apenas quer dizer que não dispomos de tais informações.


GÊNESIS 22:2 - Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em Levítico 18 e 20?
PROBLEMA: Tanto em Levítico 18:21 como em 20:2, Deus especificamente condenou o sacrifício humano, ao ordenar a Israel: "E da tua descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque" (Lv 18:21); e "Qualquer dos filhos de Israel... que der de seus filhos a Moloque, será morto; o povo da terra o apedrejará" (Lv 20:2). Contudo, em Gênesis 22:2, Deus ordenou a Abraão: "Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei". Isso parece estar em total contradição com o seu mandamento para não oferecer sacrifícios humanos.
SOLUÇÃO: Primeiro, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22:12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: "Não estendas a mão sobre o rapaz... pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho" (Gn 22:12).
            Segundo, as proibições tanto em Levítico 18:21 como em 20:2 eram especificamente contra o oferecimento de um filho ao deus pagão chamado Moloque. Portanto não é uma contradição Deus ter proibido oferendas de vidas a Moloque e ter solicitado a Abraão que oferecesse o seu filho a si, ao único e verdadeiro Deus. É claro, oferecer um filho em sacrifício ao Senhor não é o mesmo que oferecê-lo a Moloque, já que o Senhor não é Moloque. Apenas Deus é soberano sobre toda vida (Dt 32:39; Jó 1:21), e portanto somente ele tem o direito de pedir a vida de alguém. Com efeito, é Deus que determina o dia da morte de cada um (SI 90:10; Hb 9:27).
            Terceiro, Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: "eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós" (Gn 22:5).
            Finalizando, não é moralmente errado para Deus pedir que sacrifiquemos um filho a ele. Deus mesmo ofereceu o seu Filho no Calvário (Jo 3:16). De fato, até mesmo o governo de um país muitas vezes pede ao povo que sacrifique seus filhos pelo país. Certamente Deus tem um direito bem maior para requerer isso.


GÊNESIS 22:2 - Como Isaque foi chamado de "único filho" de Abraão, se este já tinha também Ismael?
PROBLEMA: Abraão recebeu a seguinte instrução em Gênesis 22:2: "Toma teu filho, teu único filho, Isaque". Entretanto, Abraão tinha tido Ismael muitos anos atrás (Gn 16) e ele tinha ainda outros "filhos" (Gn 25:6).
SOLUÇÃO: Os outros filhos de Abraão mencionados em Gênesis 25 provavelmente nasceram mais tarde, pois são mencionados três capítulos depois de Isaque ter sido chamado de "único filho". Além disso, eram filhos de "concubinas que tinha" (Gn 25:6) e não eram contados como herdeiros da promessa de Deus. De igual forma, Ismael fora concebido em incredulidade por uma concubina e não era contado como herdeiro da herança prometida. Ainda, a expressão "único filho" pode ser equivalente a "filho amado" (cf. Jo 1:18; 3:16), isto é, um filho especial. Deus claramente disse a Abraão: "por Isaque será chamada a tua descendência" (Gn 21:12).


GÊNESIS 22:12 - Deus não sabia como Abraão iria agir?
PROBLEMA: Deste versículo decorre que Deus não sabia como Abraão iria agir, em resposta à ordem que lhe deu, já que foi somente depois de Abraão ter obedecido que Deus disse: "agora sei que temes a Deus". Entretanto, a Bíblia declara em outra parte que "o seu [Deus] entendimento não se pode medir" (SI 147:5), que ele sabe "o fim desde o princípio" (Is 46:10, SBTB), e que de antemão nos conheceu e nos predestinou desde a fundação do mundo (Rm 8:29-30).
SOLUÇÃO: Em sua onisciência, Deus sabia exatamente o que Abraão faria, já que ele sabe todas as coisas (cf. Sl 139:2-4; Jr 17:10, At 1:24; Hb 4:13). Entretanto, o que Deus sabe por cognição e o que se sabe por demonstração são duas coisas diferentes. Depois de Abraão ter obedecido à ordem de Deus, ele demonstrou o que o Senhor sempre soube, isto é, que Abraão temia a Deus.
Aqui de novo a Bíblia, destinada como é a seres humanos, fala sob uma perspectiva humana. De forma semelhante, um professor de matemática pode dizer: "Vejamos se podemos encontrar a raiz quadrada de 49". E então, depois de fazer a demonstração, declara: "Agora sabemos que é 7", muito embora ele soubesse desde o início qual seria a resposta.


GÊNESIS 23 - Como os filhos de Hete poderiam estar em Hebrom, em 2050 a.C, sendo que o seu reino situava-se onde hoje é a moderna Turquia?
PROBLEMA: Hete foi o progenitor dos hititas, cujo reino se localizou onde hoje é a moderna Turquia. Mas, de acordo com alguma evidência arqueológica, os hititas não se sobressaíram no Oriente Médio antes do reinado de Mursilis I, que começou a reinar por volta de 1620 a.C. e que dominou a cidade de Babilônia em 1600 a.C.
            Entretanto, em Gênesis 23 várias referências são feitas ao encontro de Abraão com os filhos de Hete, que controlavam Hebrom no ano de 2050 a.C. aproximadamente. Como então a Bíblia pode dizer que os hititas controlavam Hebrom, muitos anos antes de eles se tornarem uma força significativa nessa região?
SOLUÇÃO: Descobertas arqueológicas mais recentes de tábuas cuneiformes descrevem conflitos em Anatólia (hoje Turquia), entre vários principados hititas de cerca de 1950 a 1850 a.C. Mesmo antes desse conflito, entretanto, havia uma raça de não-indo-europeus, conhecida como povo de Hati. Esse povo foi subjugado por invasores indo-europeus por volta de 2300 a 2000 a.C., os quais adotaram o nome Hati. Nas línguas semíticas, como no hebraico, Hati e Hiti tinham a mesma grafia, porque somente as consoantes eram escritas,
            Nos dias de Ramsés II do Egito, a força militar dos hititas era suficiente para propiciar um pacto de não-agressão entre o Egito e o império hitita, que estabeleceu limites entre eles. Nesse tempo, o império hitita ia ao sul até Kadesh junto ao rio Orontes (hoje Asi). Entretanto, outras evidências demonstraram que os hititas realmente penetraram mais ainda para o sul, até a Síria e a Palestina. Embora o reino hitita não tenha tido o seu ápice senão na segunda metade do século XIV a.C, há suficiente base para se admitir a presença hitita em Hebrom no tempo de Abraão, controlando aquela área.


GÊNESIS 25:1 - Por que este versículo chama Quetura de esposa de Abraão, ao passo que 1 Crônicas 1:32 a chama de concubina?
PROBLEMA: Gênesis 25:1 diz: "Desposou Abraão outra mulher; chamava-se Quetura". Entretanto, 1 Crônicas 1:32 afirma: "Quanto aos filhos de Quetura, concubina de Abraão". Abraão casou-se com Quetura, ou era ela apenas uma de suas concubinas?
SOLUÇÃO: A contradição é apenas aparente, e o problema pode ser facilmente resolvido por uma abordagem mais profunda. Primeiro, embora em Gênesis 25:1 apareça a palavra hebraica usual para "mulher" (ishshah), esta palavra tanto pode significar "esposa" como simplesmente "mulher". Assim, nesse caso, o sentido da palavra não precisa ser "esposa", mas simplesmente "concubina", especialmente à luz do versículo 6 e da afirmação feita em 1 Crônicas 1:32. Dessa forma, Gênesis 25:1 pode ser entendido simplesmente como dizendo: "Tomou Abraão outra mulher como sua concubina".
            Segundo, embora 1 Crônicas empregue a palavra hebraica correspondente a concubina (pilegesh) com respeito a Quetura, Gênesis 25:6 utiliza a mesma palavra ao se referir às mães de todos os demais filhos de Abraão, que não Isaque. Isso sem dúvida inclui Quetura como tendo sido uma das suas concubinas. Adicionalmente, Gênesis 25:1 começa com uma palavra hebraica (vayoseph), que pode ser traduzida por "e adicionando" ou "e em adição a". Como Gênesis 24:67 claramente afirma que Sara, esposa de Abraão, tinha morrido, o versículo 1 do capítulo 25 não poderia ter o sentido de que Abraão estivesse adicionando alguma coisa ao seu número de esposas. É mais plausível tomar esta palavra como indicativa de que ele estava adicionando ao seu número de concubinas, ao tomar mais uma mulher (ishshah).


GÊNESIS 25:1-2 - Como pôde Abraão nesta passagem ter tido filhos naturalmente, já que anos antes ele precisara de um milagre para ter Isaque?
PROBLEMA: Já cm Gênesis 17, Abraão "se riu" quando Deus lhe disse que ele teria um filho (Isaque) de Sara, uma vez que ele tinha "cem anos" de idade (v. 17). Mas em Gênesis 25, muitos anos depois, ele teve filhos de Quetura, a mulher que tomou depois da morte de Sara (vv. 1-2).
SOLUÇÃO: Há duas possibilidades que podem explicar esta dificuldade. Primeiro, o texto de Gênesis 17 não diz que Abraão se riu por achar-se muito velho para ter filhos, mas porque já havia passado o período de fertilidade de Sara (cf. 17:17; 18:12). Para um homem, naqueles tempos, não havia como saber se ele ainda era fértil; para uma mulher, porém, isso não era problema, verificando-se a presença ou não dos ciclos menstruais. Como Abraão tinha apenas 100 anos na época, e viveu até os 175, é razoável admitir que ele ainda estava fértil. Em comparação, hoje um homem que vive até os 80, normalmente ainda é fértil aos 60.
            Segundo, mesmo que tenha sido necessário um milagre para Abraão (e também para Sara) recuperar a fertilidade, não há por que essa fertilidade não permanecer depois por vários anos. Uma vez reanimada, a sua potência viril poderia ter durado décadas. Afinal, ele viveu mais 75 anos. De qualquer forma, essa suposta contradição aqui simplesmente não é aceitável.


GÊNESIS 25:8 - Os hebreus já tinham o conceito de vida após a morte nesse ponto tão inicial de sua história?
PROBLEMA: Críticos eruditos afirmam que os primitivos hebreus tinham uma religião muito rudimentar, que através dos séculos passaria por um grande desenvolvimento e evolução, chegando por fim ao conceito de vida após a morte. Entretanto, este versículo dá a entender que, desde o início do desenvolvimento de sua nação, os hebreus já tinham um conceito de imortalidade.
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, esta postura crítica baseia-se na premissa altamente problemática de que há um desenvolvimento evolucionista da religião, com o monoteísmo bastante desenvolvido sendo alcançado bem tarde. Entretanto, descobertas arqueológicas recentes em Ebla contradizem tal especulação, mostrando que o monoteísmo foi uma crença bem primitiva (de antes mesmo de 2000 a.C).
            Além disso, a expressão "foi reunido ao seu povo" certamente parece indicar mais do que apenas ser enterrado junto com seus parentes. De fato, já que Abraão deixara a sua terra natal de Ur dos caldeus para ir à terra que Deus lhe prometera, seria uma contradição levar seu corpo de volta à terra da casa de seu pai para ser enterrado. A idéia de que a alma continuava a viver após a morte do corpo era uma crença mantida por muitos povos do tempo de Abraão, incluindo-se os sumerianos, os babilônios, os egípcios e outros.
            Além disso, esta não é a única referência primitiva ao conceito de vida após da morte. O livro de Jó possivelmente seja o mate antigo livro do AT, cujos eventos aconteceram em épocas anteriores ao tempo de Abraão e dos patriarcas de Israel. Assim mesmo, já no tempo de Jó, encontramos não somente o conceito de vida depois da morte, mas também o de uma ressurreição corporal.
            Em Jó 19:25-26 deparamo-nos com Jó expressando sua confiança de que, embora talvez ele não chegasse a ver sua vindicação pessoal nesta vida, ele sabia que Deus, por fim, faria com que tudo ficasse certo. Esta confiança o fez expressar a sua convicção de que ele certamente iria estar diante de Deus mesmo depois de sua morte física: "Porque eu sei que o meu Redentor, vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus". Este versículo mostra que o conceito de vida depois da morte era uma convicção bem primitiva, e que o povo de Deus também acreditava na ressurreição do corpo.


GÊNESIS 25:31-33 - Jacó comprou o direito da primogenitura ou o conseguiu por meio do engano?
PROBLEMA: Este texto diz que Jacó pediu a Esaú que lhe vendesse o
direito de primogenitura. Mas Gênesis 29:1ss conta-nos que para recebê-lo ele valeu-se do engano. SOLUÇÃO: Jacó comprou o "direito da primogenitura", mas obteve a "bênção" por meio do engano. São duas coisas diferentes. Assim, não há uma real divergência.


GÊNESIS 26:33 - Berseba foi assim nomeada por Abraão ou mais tarde por Isaque?
PROBLEMA: Em Gênesis 21:31 Abraão deu a essa cidade o nome de Berseba ("poço do juramento"). Mas posteriormente (em Gênesis 26:33), Isaque deu-lhe o mesmo nome. Mas é altamente improvável que duas pessoas diferentes, em duas ocasiões diferentes, viessem a chamar um mesmo lugar com o mesmo nome.
SOLUÇÃO: Isto não é absolutamente improvável, por duas razões. A primeira é que a segunda pessoa era filho da primeira, e pode ter tido conhecimento da experiência de seu pai naquele lugar. A segunda razão é que a experiência semelhante pela qual Isaque passou ali pode lhe ter despertado a memória, fazendo-o lembrar-se do nome que seu pai tinha dado àquele lugar. Assim, não é de todo incomum que Isaque tivesse mais tarde renovado o nome que seu pai havia anteriormente dado àquele importante lugar em suas vidas.


GÊNESIS 26:34 - Quantas esposas teve Esaú?
PROBLEMA: Gênesis 26:34 afirma que Esaú casou-se com Judite, filha de Beeri, heteu, e com Basemate, filha de Elom, heteu. Entretanto, Gênesis 36:2-3 afirma que as esposas de Esaú eram Ada, filha de Elom, heteu; Oolibama, filha de Aná; e Basemate, filha de Ismael. Esaú casou-se com a filha de Elom chamada Basemate ou com a sua filha Ada? Teve então Esaú duas, três ou quatro esposas?
SOLUÇÃO: As esposas de Esaú foram quatro: Judite, a filha de Beeri; Basemate, que também tinha o nome de Ada, filha de Elom; Oolibama, filha de Aná; e Basemate, filha de Ismael. A razão por que Judite não é mencionada em Gênesis 36:2-3 é porque ela não lhe deu filhos, e Gênesis 36 é um registro dos "descendentes de Esaú". Ainda, era uma prática comum as pessoas serem conhecidas por mais de um nome. Aparentemente Basemate, filha de Elom, também tinha o nome de Ada, e desta forma é que ela é identificada em Gênesis 36:2, para distingui-la da outra Basemate, que era filha de Ismael. Esaú teve assim quatro esposas.


GÊNESIS 27:42-44 - Jacó retornou a Harã para fugir de Esaú ou para ter uma esposa? PROBLEMA: Rebeca disse a Jacó: "Retira-te para a casa de Labão, meu irmão, em Harã; fica com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão" (Gn 27:43-44). Mas em Gênesis 28:2 a razão dada foi para que tomasse "lá por esposa uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe". Qual foi a razão afinal?
SOLUÇÃO: Jacó retornou para Harã pelas duas razões. Duas ou mais razões para a mesma coisa não é incomum na Bíblia. Compare os seguintes casos:

1.   A exclusão de Moisés da Terra Prometida foi por causa da incredulidade (Nm 20:12), da rebelião (Nm 27:14), da transgressão (Dt 32:51) e das palavras irrefletidas (SI 106:33).
2.   Saul foi rejeitado por Deus por um sacrifício ilegal (1 Sm 13:12-13), por desobediência (1 Sm 28:18) e por consultar a feiticeira de En-Dor(l Cr 10:13).


GÊNESIS 29:21-30 - Quando Raquel foi dada a Jacó como esposa?
PROBLEMA: Em Gênesis 29:27 Labão diz a Jacó que complete a semana das festas nupciais com Lia, e que então Raquel lhe seria dada. Entretanto, o versículo também diz que ficou acertado entre Labão e Jacó que em contrapartida a mais um período de sete anos de serviço, Raquel seria dada a Jacó. Quando Raquel foi dada a Jacó: no fim da semana nupcial com Lia, ou ao se completarem os sete anos de serviço?
SOLUÇÃO: A passagem indica que Raquel foi dada a Jacó após os sete dias que compreendiam as festas nupciais de Lia. A festa de casamento geralmente durava sete dias (cf. Jz 14:12). Labão acertou com Jacó que Raquel se tornaria sua mulher ao fim daquela festa de sete dias e, em contrapartida, Jacó serviria Labão por um período adicional de sete anos. Ironicamente, Jacó, que tinha usado do engano na questão da primogenitura de Esaú, agora fora enganado por Labão.


GÊNESIS 31:20 - Como pôde Deus abençoar Jacó, depois de ter ele
enganado Labão?
PROBLEMA: Em Gênesis 31:20, o texto diz que "Jacó logrou a Labão" ou seja, enganou-o, "não lhe dando a saber que fugia". Entretanto, Deus abençoou Jacó ao aparecer a Labão, advertindo-o de que não falasse a Jacó "nem bem nem mal" (Gn 31:24). Como Deus pôde abençoar Jacó depois de ele ter enganado Labão?
SOLUÇÃO: Primeiro, a tradução da palavra hebraica de Gênesis 31:20 não é necessariamente "enganar". Literalmente, no hebraico a frase é: "E Jacó roubou o coração de Labão". Esta é uma expressão idiomática hebraica que pode ser utilizada, num determinado contexto, para significar "enganar" ou "usar de astúcia". Jacó não disse a Labão que ia sair, nem lhe disse que ia ficar. A razão por que ele saiu sem nada dizer a Labão possivelmente tenha sido o fato de que ele temia Labão (cf. Gn 31:2). Jacó tampouco tinha qualquer obrigação de permanecer com Labão, porque ele havia cumprido tudo o que fora tratado entre eles. Apesar das acusações feitas por Labão, eram justos o temor de Jacó e o seu ato de sair sem nada dizer a Labão.
            Segundo, mesmo admitindo-se que Jacó estivesse envolvido numa farsa, Deus não o abençoaria por causa desse pecado, mas apesar de suas falhas. Este caso é outro exemplo do princípio de que "nem tudo que é registrado na Bíblia é por ela aprovado " (veja a Introdução).
Deus havia escolhido Jacó para que ele viesse a tornar-se o pai das doze tribos de Israel não porque ele fosse reto, mas por causa da graça de Deus. O Senhor pôde abençoar Jacó segundo a sua graça, mesmo sendo ele um pecador. Através da experiência de Jacó com Labão, e mais tarde seu confronto com Esaú e sua luta com o anjo do Senhor à noite, é que o caráter de Jacó foi trabalhado de forma a tornar-se um vaso adequado para o uso de Deus.


GÊNESIS 31:32 - Como pôde Deus abençoar Raquel, tendo ela furtado os ídolos de Labão e ainda mentido a ele sobre isso?
PROBLEMA: Gênesis 31:32 afirma que, com respeito aos ídolos, "Jacó não sabia que Raquel os havia furtado". Entretanto, parece que Deus
abençoou Raquel, mesmo tendo ela mentido a Labão.
SOLUÇÃO: Deus não abençoou Raquel por ela ter furtado os ídolos, nem por ter mentido com respeito ao seu ato. Simplesmente pelo fato de Labão não ter descoberto que Raquel tinha sido a ladra, isso não quer dizer que Deus a abençoou. Pelo contrário, é mais plausível admitir que Deus não tenha exposto o furto de Raquel por causa de Jacó, para protegê-lo. Também, Gênesis 35:16-19 relata que Raquel morreu de parto, de seu segundo filho, Benjamim. Nos capítulos intermediários, entre 31:32 e 35:19, muito pouco é dito a respeito dela. O relato bíblico revela que de fato Deus não abençoou Raquel pelo que ela fez, mas deixou-a num segundo plano de importância, até a sua morte dolorosa.


GÊNESIS 32:30 - O rosto de Deus pode ser visto?
PROBLEMA: Deus declarou a Moisés: "homem nenhum verá a minha face, e viverá" (Êxodo 33:20; veja os comentários de João 1:18). Moisés recebeu a permissão para apenas ver Deus "pelas costas" (Êx 33:23). Contudo, a Bíblia nos informa que Moisés falou com Deus "face a face" (Dt 5:4), e o mesmo é dito com respeito a Jacó em Gênesis 32:30. Como então puderam eles falar face a face com Deus?
SOLUÇÃO: É possível um cego falar face a face com alguém, sem, contudo, ver a face dessa pessoa. A expressão "face a face" significa "pessoalmente", ou "diretamente", ou ainda "com intimidade". Moisés teve esse tipo de relacionamento íntimo com Deus. Mas ele, assim como mortal algum, jamais viu a "face" (a essência) de Deus diretamente.


GÊNESIS 46:4 - Deus levou Jacó para fora do Egito ou foi lá que ele morreu?
PROBLEMA: Deus prometeu a Jacó: "Eu descerei contigo para o Egito, e te farei tornar a subir, certamente" (Gn 46:4). Entretanto, Jacó morreu no Egito (Gn 49:33) e nunca retornou à Terra Prometida.
SOLUÇÃO: Esta promessa cumpriu-se com Jacó de várias maneiras, das quais qualquer uma pode explicar essa dificuldade. Primeiro, foi uma promessa à posteridade de Jacó, que do Egito foi trazida de volta. Isto é indicado pela afirmativa: "eu farei de ti uma grande nação" (v. 3). Segundo, Jacó foi trazido do Egito por José, embora não com vida, e sepultado em Canaã (Gn 50:13; Gn 50:25; Êx 13:19). Finalmente, depois da ressurreição Jacó retornará àquela Terra vivo (cf. Mt 8:11).


GÊNESIS 46:8-27 - Por que a Bíblia fala de doze tribos de Israel, se na realidade eram catorze?
PROBLEMA: Com freqüência a Bíblia afirma que eram doze as tribos de Israel. Contudo, em três passagens distintas, a relação das tribos é diferente. Na realidade, havia 14 tribos diferentes, que são apresentadas como sendo 12:


Gênesis 46
Números 26
Apocalipse 7
1.
Rúben
Rúben
Rúben
2.
Simeão
Simeão
Simeão
3.
Levi
-
Levi
4.
Judá
Judá
Judá
5.
Issacar
Issacar
Issacar
6.
Zebulom
Zebulom
Zebulom
7.
José
-
José
8.
-
Manasses
Manasses
9.
-
Efraim
-
10.
Benjamim
Benjamim
Benjamim
11.
-
12.
Gade
Gade
Gade
13.
Aser
Aser
Aser
14.
Naftali
Naftali
Naftali

Eram então doze ou catorze tribos?
SOLUÇÃO: Nesta resposta, há que se observar que Jacó teve apenas doze filhos. Seus descendentes constituíram as doze tribos originais. Entretanto, por várias razões, esses mesmos descendentes são redispostos em tempos diferentes em grupos de doze um pouco diferentes entre si. Por exemplo, em Gênesis 48:22 Jacó concede a José uma porção dupla de herança.
            Na relação do livro de Números, Manasses e Efraim, filhos de José, substituem a tribo de José. Também acontece que Levi não recebeu uma porção de terra em herança porque os levitas exerciam a função de sacerdotes. Espalhados por todas as tribos em 48 cidades levíticas, eles ensinavam os estatutos do Senhor às tribos (Dt 33:10). Conseqüentemente, a dupla porção de José fica dividida entre Manasses e Efraim, seus dois filhos/de forma a preencher a vaga deixada por Levi.
            Na passagem do Apocalipse, José e Manasses são contados em separado, possivelmente indicando que José e Efraim (filho de José) são contados como uma única tribo. Dã é omitido nesta relação, possivelmente porque os danitas tomaram a sua porção pela força numa área ao norte de Aser, separando-se de sua herança original que era ao sul. Além disso, os danitas foram a primeira tribo a ir para a idolatria.
            Levi aparece nesta relação como uma tribo separada, possivelmente porque, depois da cruz, os levitas não mais exercem o seu ofício para todas as tribos e, então, podem receber uma porção de terra por herança para si.
            Em cada caso, o autor bíblico tem o cuidado de preservar o número original de 12 tribos, número este que tem um significado espiritual, indicativo de uma perfeição espiritual (cf. as portas e fundações da Cidade celestial, em Apocalipse 21).


GÊNESIS 49:5-7 Como Jacó pôde pronunciar uma maldição sobre Levi, que em Deuteronômio 33:8-11 é abençoado por Deus?
PROBLEMA: Em Gênesis 40:5-7, Jacó pronuncia uma maldição sobre Levi: "Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei [Simeão e Levi] em Jacó e os espalharei em Israel" (v. 7). Entretanto, em Deuteronômio 33:8-11, Moisés abençoa Levi: "Ensinou [Levi] os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel;... Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos" (Dt 33:10-11).
SOLUÇÃO: Jacó pronunciou essa maldição sobre Levi e Simeão por causa da maneira cruel com que se vingaram dos habitantes de Siquém. Como punição pelo seu crime, eles seriam espalhados entre as outras tribos de Israel, de forma a não obter uma terra em possessão para si mesmos. Entretanto, a maldição sobre Levi acabou sendo uma bênção para as demais tribos de Israel. Pois era o plano de Deus espalhar os descendentes de Levi por toda Israel de forma que dessa tribo se pudesse dizer depois: "Ensinou os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel" (Dt 33:10).
            Não há contradição entre esses dois pronunciamentos. Os descendentes de Levi foram espalhados, como Jacó profetizou, mas eles foram usados por Deus para funcionar como a tribo sacerdotal por toda a Israel, como Moisés tinha proclamado. Levi não recebeu uma herança em terra entre as demais tribos porque, em Números 18:20, Deus dissera: "Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás: eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel".


GÊNESIS 49:10 - Quem ou o que é Siló neste versículo?
PROBLEMA: A palavra "Silo" com freqüência é entendida como sendo uma referência a Jesus Cristo como o Messias que viria. Silo aparece numa frase como parte das palavras proféticas de Jacó para seu filho Judá. É através da tribo de Judá que o Messias viria (cf. 2 Sm 7; Mq 5:2); assim, parece ser apropriado entender este versículo como sendo uma referência ao Messias, Jesus Cristo. Entretanto, o NT não faz referência alguma a esta profecia como tendo sido cumprida em Cristo, nem menciona o nome Silo.
SOLUÇÃO: A solução a este problema envolve a pontuação da vogai do Texto Massorético (MT) do AT (veja Apêndice 1). A versão atualizada de Almeida traduz esta parte do versículo 10 da seguinte forma: "até que venha Silo". Esta versão segue a pontuação das vogais do texto MT e traduz a palavra hebraica shylh como o nome próprio "Silo". Silo (ou "Silo") era o nome de uma cidade situada a aproximadamente quinze quilômetros a nordeste de Betel. Embora alguns intérpretes considerem a afirmativa feita em Gênesis 49:10 como uma referência àquela cidade, outros têm entendido ser este nome uma referência ao Messias.
            Entretanto, a maioria dos eruditos propõe uma diferente pontuação e entende que a palavra significa "a quem pertence" (como traduz a R-IBB). Esta proposição tem suporte de traduções antigas, tais como as versões grega e siríaca do AT, e outras. Essas versões antigas, sendo anteriores ao texto MT, também empregaram a frase "a quem pertence". Esta forma é ainda respaldada por Ezequiel 21:27 que afirma: "até que venha aquele a quem ela pertence de direito". Quando esta parte do versículo 10 é entendida desta forma, a passagem fica: "O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence, e a ele obedecerão os povos". À luz do exposto, o significado messiânico do versículo fica muito mais claro. Pois ele é cumprido com o Messias do NT (Cristo), como algumas passagens indicam: Mateus 2:6, Lucas 1:30-33, Apocalipse 5:5 e 19:11-16.


GÊNESIS 49:10b - Se Judá reinaria até o Messias, por que o primeiro rei de Israel foi da tribo de Benjamim?
PROBLEMA: Gênesis 49:10 indica que "o cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Silo". Mas a história registra que o primeiro rei de Israel (Saul) era "da tribo de Benjamim" (At 13:21; 1 Sm 9:1-2).
SOLUÇÃO: Este problema existe quando "Silo" é entendido como uma referência ao Messias. Alguns eruditos entendem ser uma referência a uma cidade em Efraim, onde o Tabernáculo de Moisés foi erigido. Com esta interpretação, Judá era para ser o líder das doze tribos por todo o tempo no deserto, até chegarem na Terra Prometida.
Mesmo que "Silo" seja uma referência ao Messias, não há um problema real aqui, já que o Messias veio da tribo de Judá (cf. Mt 1:1-3,16; Ap 5:5). Aos olhos de Deus, Davi (e não Saul) é que foi sua escolha para o primeiro rei de Israel (cf. 1 Sm 15-16). Assim, a tribo de Judá sempre foi a linha governante, da qual veio o Messias.


GÊNESIS 49:14-15 - Por que Jacó profetizou escravidão para Issacar, mas em Deuteronômio 33:18-19 Moisés profetizou uma bênção?
PROBLEMA: Em Gênesis 49:14-15 Jacó profetiza que Issacar se submeteria "ao serviço forçado de um escravo" (v. 15-R-IBB). Entretanto, em Deuteronômio 33:19 Moisés prediz que Issacar participaria da "abundância dos mares" e dos "tesouros escondidos da areia".
SOLUÇÃO: A história da tribo de Issacar indica que Jacó estava antevendo um tempo em que, por causa de suas possessões de terra, Issacar se curvaria diante de invasores estrangeiros sob o comando de Tiglate-Pileser, não lutando por sua libertação. Moisés, entretanto, estava antevendo um tempo anterior a essa invasão, em que a tribo de Issacar prosperaria na planície fértil que há entre as montanhas de Gilboa e Tabor. A prosperidade que eles alcançaram levou-os a uma vida relativamente livre de problemas, uma característica aludida na figura de um jumento preguiçoso "deitado entre dois fardos" (Gn 49:14, R-IBB), não disposto a removê-los. Tal prosperidade numa terra que sempre era ameaçada por invasores estrangeiros e a sua indisposição de ser privado de suas possessões pela liberdade, finalmente criou a servidão de Issacar prevista por Jacó.




Extraído do livro: "Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia"